Os populares Clássicos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de junho de 1974
Considerado como gênero maldito em termos comerciais até 1970, os clássicos se tornaram nos últimos 4 anos um excelente setor de vendas para as gravadoras brasileiras. Desde que Maurício Quadrio, um ítalo-brasileiro de grande cultura e muita visão empresarial, provou para André Midani, gerente-geral da Phonogram, que o brasileiro não tem medo de música clássica, a fábrica de sua majestade (holandesa) passou a vender os chamados "discos de música fina" na mesma proporção com que a faixa menos sofisticada consome desde os discos de Maria Bethania e Chico Buarque de Holanda até as pílulas de Odair José. Depois de diferentes séries de compositores clássicos notáveis, em lps produzidos especialmente para atingirem a uma nova faixa não habituada ao seu consumo, a Phonogram lança agora 12 volumes da coleção "Os Clássicos Mais Populares do Mundo", onde Maurício Quadrio montou peças bastante digestivas de compositores de várias nacionalidades nas melhores interpretações - orquestras, quartetos, solistas e mesmo cantores líricos.
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Depois dos projetos Beethoven (40 lps), Mozart (70 lps), Quadrio prepara-se para uma coleção mais audaciosa: a edição das obras completas de John Sebastian Bach (1685-1750), em mais de 100 lps, em luxuosa apresentação.
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Os bons resultados obtidos pela Phonogram em seu setor clássico, animaram outras gravadoras a também investirem no setor: assim, se anteriormente mantinham apenas alguns discos no chamado "catálogo de prestígio", agora estão produzindo violentamente, para alegria dos colecionadores que até há pouco eram obrigados a recorrer aos caros álbuns importados (Cr$ 75,00 cada).
LEGENDA FOTO - Quadrio
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