As colagens da Ana Maria
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de junho de 1988
Na mesmice cansativamente comercial que tomou conta do cada vez mais poluído mercado das artes plásticas de Curitiba, é salutar quando aparece alguém, sem ambições exclusivamente comerciais e que se propõe a fazer algo de novo. Isto faz com que a primeira individual de Ana Maria Prince Comodo (Galeria Contemporânea, dia 16 de junho), se afigure como uma das raras mostras de destaque nesta temporada.
Embora com formação acadêmica - integrou uma das primeiras turmas da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Ana Maria não seguiu os caminhos tradicionais: só retomou as artes recentemente, estimulada, especialmente, pela pintora e professora Suzana Lobo e optando por uma técnica com pouquíssimos cultores entre nós, a colagem.
Sem pretensões, humildemente, os trabalhos de Ana Maria começaram a ganhar algumas coletivas, interessaram a colecionadores e agora, um crítico, pintor e marchand-de-tableaux sério e mordaz como Fernando Velloso, não só os analisou como insistiu em fazer uma individual - com trabalhos recentes. Com os recortes das páginas dos jornais, revistas, folhetos, colocando a cor e a sensibilidade de suas emoções, Ana recria universos e situações com resultados estimulantes.
Classificada no Salão Curitiba Arte-IV, organizada pelo colunista Alcy Ramalho, expondo na Casa Romário Martins, e, agora, também na coletiva "O Erotismo na Colage", ao lado de artistas que desenvolvem a mesma técnica, num núcleo paulista (que já estiveram no Museu de Arte Contemporânea), Ana Maria Prince Comodo faz sua primeira individual.
LEGENDA FOTO - Ana Maria, primeira individual.
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