O boicote de Maria é agora contra machões
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de agosto de 1980
Três mulheres inteligentes e independentes - a advogada Eny Carbonar, diretora do Presidente de Mulheres em Piraquara, a professora Edice de Paula, da Universidade de Londrina e Maria de Lourdes Montenegro, socióloga e professora, deram ao "Sem Censura" (TVs, Iguacu e Tibagi, segunda-feira. E a discussão, coordenada pelo ex-deputado Cândido Manoel Martins de Oliveira, não poderia ser mais atual, já que ainda na tarde de segunda-feira, um advogado curitibano decidiu seguir o exemplo dos machões mineiros e abateu a tiros a sua esposa. Maria de Lourdes uma mulher tão dinâmica quanto estimada, e que no ano passado se projetou nacionalmente como líder do boicote à carne já iniciou uma campanha contra o machismo, a exemplo do que as mineiras estão fazendo. Lembrando um poema de Bertolt Brecht e se colocando como insuspeita no caso - é desquitada sem problemas pessoais e bastante independente - Maria de Lourdes acha que está na hora das mulheres reagirem. Sob pena da temporada de abate às esposas e companheiras por parte de machões frustrados ter um repeteco bem mais amplo em outros Estados. "Afinal, não é só em Minas que há homens frustrados", diz Maria de Zlourdes, com sua visão de socióloga.
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