Crianças, cores e poesias na cidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de junho de 1986
Poeta e publicitário, Reinoldo Atem, 35 anos, trocou altos salários do artificial mundo da propaganda para se dedicar àquilo de que mais gosta: a poesia. E vem coordenando a Feira do Poeta, que, aos domingos, movimenta a Praça Garibaldi.
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Homem de boas idéias, Atem teve mais uma: o aproveitamento dos espaços vagos nos out-doors de uma tradicional empresa (Rodofer) para criativas e coloridas interpretações de poetas paranaenses através dos olhos puros das crianças. A primeira experiência foi feita na semana passada, quando crianças que freqüentam a Biblioteca Suedônio Muralha escolheram poemas de Paulo Leminski, Maria Nicolas, Otávio Duarte e do próprio Atem para transporem em imagens num painel localizado na Rua Dr. Murici, próximo ao Edifício Glória.
A experiência foi tão bem sucedida - e mostrou a intensa participação das crianças - que será repetida mensalmente. Só a Rodofer já ofereceu dez outros espaços para este projeto.
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É bom lembrar, entretanto, que a idéia de aproveitar a criatividade infantil para colorir espaços da cidade não é novidade. Já em 1971, na primeira administração do arquiteto Jaime Lerner, era iniciada a pintura de tapumes pelas crianças - estendida depois à criação de desenhos livres, em papel-bobina de jornal, nas manhãs de sábado, na Rua das Flores. Quem coordenava - com total eficiência - estes projetos era a professora e artista plástica Julieta Fialho dos Reis.
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