Discos Infantis
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de agosto de 1977
Ao lado das (historinhas( que, adaptadas de forma musical por gente do talento de João de Barro, Elza Fiuza e outras pessoas que tem trabalhado no setor de discos infantis da Continental, em todos estes anos, temos também na série "Disquinho", cantigas especiais. Já falamos das "Cantigas de Roda", que reunem, em dois volumes, as ingênuas e tradicionais cantigas que durante décadas tem embalado folguedos infantis. Hoje registraremos dois outros disquinhos de Cantigas: Cantigas de Ninar e Cantigas de Natal.
Cantigas de Ninar, cremos, todos nós aprendemos a ouvir desde que nascemos. São as músicas simples, extremamente harmonicas e suaves, recolhidas geralmente de motivos folclóricos, que nossas mamães aprendem cedo para , à noite, fazerem as criancinhas dormir. Em "Cantigas de Ninar", João de Barro e Antonio de Almeida, com arranjos do maestro Radamés Gnattalli e a participação de "titia" Simone Moraes e côro, apresentam 10 cantigas realmente enternecedoras em sua simplicidade - e que fazem criança (e adultos, por que não!) adormecerem com um sorriso de felicidade: "Sapo Carurú", "Suzú Socegue", "Tutú Marambá", "Vamos Na Serra, Colunga", "Xô, Xô Papão", "Acordei de Madrugada", "Boi da Cara Preta", "A Senhora Lavava", "Nossa Senhora Faz Meias" e "Tutú Marambá".
Já as Cantigas de Natal, inserem-se na grande tradição da música Natalina, que tem milhares de músicas e extensa fonografia. Aqui, estão reunidas, com arranjo do bom amigo Paulo Tapajós, orquestração de Radámés Gnattalli, do lado A, um pot-pourri de canções de Natal de autores estrangeiros, como Franz Gruber, A. Larnack e Mozart. No lado dois, três canções brasileiras: "Natal das Crianças" de Black Out, "Boas Festas" de Assis Valente e "O Velhinho" de Otávio Filho. Todas interpretadas pelos trios Madrigal e Melodias, grupos que hoje não mais existem. Do Melodia, faziam parte o próprio Paulo Tapajós, Albertinho Fortuna e Nuno Roland, este um cantor nascido em Joinville, falecido há poucos meses.
No campo das histórias infantis, mais um disquinho, da Continental, que há 16 anos é mantido em catálogo: "O Rouxinol do Imperador", sensível adaptação que Elza Fiuza fez do "conto de Hans Christian Andersen, com orquestração de Radamés Gnattali e narração de Sônia Barreto. Andersen, escritor dinamarquês, nasceu em Odense, em 1805 e morreu em Compenhague, em 1875. Talento extraordinário teve dificuldades para estudar por ser de família muito pobre. Seus "Contos", publicados entre 1835 a 1872 são considerados clássicos da literatura infantil e permanente sucesso da literatura infantil e permanente sucesso da literatura universal. Sua sincera ingenuidade, humor e bondade neles se exprimem com uma poesia rara, revestida de velada melancolia e, as (vezes(, de protesto social. "O Rouxinol do Imperador" está entre suas mais belas estórias - o que torna recomendável a audição desta bela adaptação, com belas músicas, feitas por titia Elza Fiuza, para a série "Disquinho".
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