Eldorado sem papéis
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de maio de 1977
Os inocentes pagam pelos pecadores: analistas do mercado de papéis estão verificando, com preocupação, o descrédito deste campo de investimentos nas cidades do Sudoeste e mesmo Norte do Paraná, onde, apesar dos milhões que começam a correr nas mãos dos produtores de soja e café, as cadernetas de poupança, ações e títulos mobiliários etc., estão com baixos resultados. É que "boom' do mercado de capitais há 4/5 anos passados, não foram os fazendeiros e produtores agrícolas que perderam importâncias consideráveis na grande "crack'- e como gato escaldado tem medo de água fria, hoje, em cidades como Cascavel, os corretores de papéis não são bem vistos. Em compensação, imóveis e jóias continuam a atrair os investidores, tanto é que nunca se construiu tanto em Cascavel e Foz do Iguaçu, como agora. Além das 18 imobiliárias em Cascavel, ali também corretores autônimos, representando empreendimentos de Curitiba, encontram um bom mercado. A opção de comprar apartamentos ou casas em Curitiba, destinadas aos filhos, quando aqui vieram estudar, faz com que os novos ricos da soja não titubeiem em investirem somas elevadas.
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Uma empresa que atual no setor de cadernetas de poupança instalou-se há poucos meses em Cascavel e apesar da grande campanha publicitária, os resultados tem sido fraquíssimo: ao invés das 10 mil contas programadas como meta do primeiro semestre não chegou ainda a mil.
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Jóias, em compensação, são altamente atraente a aos milionários da soja. Que o digam os irmãos Rosenmann, há três anos com uma sofisticada joalheria em Cascavel e cujo faturamento triplica a cada mês: a venda de diamantes que oscilam de Cr$ 20 a Cr$ 200 mil - acontecem com muita regularidade. Não só para ostentar a vaidade das senhoras que frequentam o Country Clube local mas como sólidos investimentos.
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