O pioneiro da Soja
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de maio de 1977
Quando a soja fez centenas de novos milionários no Paraná, eis uma pergunta que cabe: quem foi o primeiro agricultor a ter visão de plantá-la na região Sudoeste, hoje produzido 40% da safra do Estado (estimada em 2 milhões de toneladas)? Roberto Wypich, presidente da Cotriguaçu - hoje a maior cooperativa do Estado, próspero produtor (500 alqueires no município de Cascavel), é quem informa: foi o imigrante alemão Friedrich Eisenberg, que em 1968, a custa de imensos sacrifícios, foi o primeiro a acreditar nas possibilidades desta planta da família das leguminosas, empregada na alimentação e sobretudo na indústria de óleos comestíveis.
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O curioso é que Friedrich Eisenberg, quando veio da Alemanha, já trazia um moderno equipamento de mecanização agrícola mas, ao desembarcar no Rio de Janeiro, teve problemas alfandegários e perdeu todas as suas máquinas. Não desanimou e, numa área de 50 alqueires, no distrito de Vila Nova, derrubando a mata a manchado e arando e cultivando a terra, acabou obtendo colheitas que só tem crescido nestes 9 anos. E hoje, Eisenberg começa a desfrutar de uma justa riqueza - proprietário de uma área de 300 alqueires e excelentes índices de produtividade.
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Em 1968, quando a produção de soja no Paraná era de menos de 100 mil toneladas, a saca custava Cr$ 17,00. Hoje, com uma produção de 2 milhões de toneladas, a saca ao redor de Cr$ 230,00, é natural que novas fortunas se sucedam a cada safra. Em Cascavel, observa um economista, há 6 anos passados, não havia mais do que seis milionários. Hoje, são o mínimo 100. Razão mais do que suficiente para fazer com que os negócios em toda a região aumentem cada vez mais - com empreendimentos imobiliários sucedendo-se e a cidade começando a verticalizar-se.
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