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Aramis

A binacional da Soja

Na mesa do engenheiro-agrônomo Benjamin Hammerschmidt, presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, uma confidencial pasta vem engordando com telex internacionais e documentação diversa. Na capa, o título "Projeto Binacional". Ou seja, o projeto de instalar no Paraná, a médio prazo, uma grande indústria de beneficiamento de soja, com capacidade de 2.000 toneladas/dia, através da associação das quatro cooperativas centrais do Paraná com um grupo de cooperativista da República Federal da Alemanha, já representado por uma empresa, a S.I.B.B., com sede em Frankfurt. xxx A coordenação do grande projeto vem sendo feita pelo grupo Brasil-Invest, que possívelmente também terá uma participação no empreendimento, embora as cooperativas paranaenses devam reservar 51% do capital, garantindo assim o controle desta experiência, pelo sistema "join-venture". Executivo do grupo alemão já estiveram no Paraná, estabelecendo os primeiros contatos e opinaram pela instalação da Indústria em Paranaguá, - o que de princípio foi aceito pelos dirigentes do cooperativismo local. xxx Atualmente existem no Paraná 27 indústrias de beneficiamento de soja, com uma capacidade de 12.200 toneladas/dia (mas que não é utilizada integralmente), para uma produção de 5.200.000 toneladas (previsão de 1977). As maiores indústrias são, evidentemente, multinacionais: Anderson Clayton, em Londrina 800 t/d, Fugiwara, em Cambé (400 t/d), Sambra (Maringá e Ponta Grossa, (3.480 t/d), e Cargil, Ponta Grossa (1.200 t/d),. A Cocamar - Cooperativa de Cafeicultores de Maringá está instalando uma fábrica de beneficiamento da soja, com capacidade de 1.000/toneledas/diárias e a Cotriguaçu, presidida pelo ex-deputado Roberto Wypich, também já tem um grande projeto. xxx Falando em cooperativismo, em março, possivelmente será instalada a quinta cooperativa central do Estado - a Agropecuária dos Campos Gerais, formada por cooperativas de Castro (Batavo e Castrolândia), Arapoti, Guarapuava (Agrária-Entre Rios), Laranjeiras do Sul e Ponta Grossa (Agrícola e Mista e Mista dos Ruralistas, que deverão se fundir). O detalhe é que estas cooperativas já tem sua produção de laticínios atendida pela Central de Laticínios de Castro, fundada em 1956 é hoje a maior do Estado. Só que para a comercialização da parte agrícola, foi decidida a constituição de um novo organismo. xxx A cooperativa Central Agropecuária do Paraná, de Londrina, presidida pelo ex-secretário da Agricultura, Cassiano Gomes Reis, fundada há menos de dois anos, está instalando um setor para exportar café. E por isso mesmo vem recrutando técnicos de altíssimo nível, com salários compatíveis ao mercado internacional.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
27/02/1977

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