Login do usuário

Aramis

Emílio e as últimas sessões dos cinemas

O vereador Emílio Mauro é de todos os integrantes da Câmara o que tem maior amor pelo cinema. Freqüentador das nostálgicas matinadas dos tempos pioneiros de Londrina - onde passou sua infância - Emílio foi colecionador das "movie magazins" como "Cinelândia", "Filmelândia", "Superscope 55", que embalaram tantos sonhos nas telas iluminadas dos anos 50. Por isto, o fechamento progressivo dos cinemas preocupa Emílio Mauro que há alguns dias, exibindo um precioso número 2 da revista "Cinelândia"(junho de 1952) , mostrava dados estatísticos provando como era forte a indústria cinematográfica, no campo da exibição, no início dos anos 50. xxx Na América do Sul, existiam 5.182 cinemas - 70% das quais no Brasil - com capacidade total de 3.038.830 espectadores. Hoje, os cinemas no Brasil não passam de mil - e raro o mês em que não há casas fechando. Nos Estados Unidos, no final de 1951. 19.796 cinemas tinham uma capacidade para 12.384.150 espectadores. Na Europa, existiam 54.708 cinemas, com capacidade de 18.757 espectadores. No México e Canadá havia 5.074 cinemas (3.036.521 espectadores) e os números mais baixos se concentravam na Oceania (2.270 cinemas com capacidade para 1.689 espectadores) e África (1.331 cinemas, com capacidade de 831.200 espectadores). Felizmente ainda-existe gente acreditando no cinema apesar dos números assustadores. É o caso do jornalista Luís Meneghim, editor de "A Notícia", em Joinville, que investiu alguns milhões na instalação de um minicinema - o "Chaplim"- com 180 lugares, e uma programação de primeira categoria. Anexo ao cinema (Rua Princesa Isabel, 264) funciona também uma minigaleria de arte, inaugurada com a mostra de colagens de Edson Machado (irmão do hoje internacional Juarez) com temática bem sugestiva: "Cadernos de Cinema". No catálogo, Germano Jacobs saliente que estes desenhos comprovam o ilimitado talento de Edson e que "a memória cinematográfica do artista concretamente se traduz nas colagens: fotos de atores, atrizes, diretores, cenas de filmes, esporadicamente completadas com pinturas ao fundo. O ritmo do cinema associado às artes plásticas".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
31/07/1984

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br