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Aramis

Leminski na tela e "novos" autores

Paulo Leminski é notícia regular. Na mesma semana que a Brasiliense colocou na livrarias "Pergunte ao Pó", de Joe Fanti - traduzido por Leminski - o múltiplo intelectual do Pilarzinho recebeu a boa notícia, em sua casa, durante um almoço com o cineasta Nilton Nunes: o curta metragem "Assaltaram a Gramática", de Ana Maria Magalhães, será exibida como complemento do filme "O Rei da Vela", de Nilton e José Celso Martinez Corrêa - previsto para estrear no final de agosto em São Paulo (cine Belas Artes) e Curitiba (cine Groff). "Assaltaram a Gramática" é um irreverente curta- metragem focalizando quatro poetas de vanguarda: Chico Alvim, Wally Salomoon, Chacal Leminski. A participação de Paulo foi filmada sem São Paulo, aparecendo também a sua esposa, poética e publicitaria Alice Ruiz. xxx "Pergunte ao Pó"(Ask the dust), de Joe Fanti - escritor underground que influenciou os atores beat como William aburroughs e Jack Kerouac, apareceu nos Estados Unidos ainda nos anos 40. Agora, com sua tradução para o português se começará a falar neste autor - até agora totalmente ignorado entre nós, embora tenha sido roteirista em Hollyood, trabalhando, entre outros scripts, no do filme "Pelos Bairros do Vicio"(Walk On The Wild Side), 1960, Edward Dmytrick. A Brasiliense vem contribuindo para que se conheça melhor importantes - mas esquecidos entre nós - autores. É o caso de David Goodis, de quem lança "A Lua na Sarjeta". A exemplo de Fante, Raymund Chandler, Dashiel Hammett ( de quem a Brasiliense lançou nova edição de "O Falcão Maltês") e James M. Cain, Goodis teve uma ligação com Hollywood, fazendo roteiros e tendo adaptado a tela alguns de seus 19 romances. xxx Outro livro de relações cinema-literatura: "Amado Meu" do cineasta e poeta Pier Paolo Pasolini (1922-1975), talvez uma de suas obras mais otimista. Na expressão de Caio Fernando Abreu, Passolini mostra neste livro (acontecido de um ensaio de atilho Bertolucci) "a culpa é que o atormentava por esse amor que chamam de homossexual. E o seu impulso em direção ao prazer de repente sempre cortado pelo proibido de fora ou de dentro de nós". A mesma brasiliense já publicou três outros livros essenciais para melhor entender a obra ( e conflitos) do cineasta de "Decameron": "Caos Crônicas Políticas", "Pier Paolo Pasolini - As Últimas Palavras do Herege"(entrevistas com Jean Duflot) e "Pier Paolo Pasolini - Orfeu na Sociedade Industrial" de Luiz Nazário. "Amado Meu" reúne dois curtos romances que podem ser considerados variações sobre um mesmo tema, sucessivas e sobrepostas, seja do ponto de vista psicológico, seja do formal. Foram escritos no período da juventude, considerado um dos mais felizes e criativos do escritor. Pasolini, a propósito da sua homossexualidade, tema único dos Ätos Impuros" e de Amado Meu", fala de "castigo", de "condenação à vista" de "pecado" etc.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
31/07/1984

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