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Aramis

A família Leminski filma unida a saga de Euclides

Poetas, publicitários, tradutores, Paulo Leminski e Alice Ruiz vão acrescentar mais um título em seus curriculuns: ator & atriz. De quebra, levam junto a bela filha, Aurea, 16 anos - a musa do curto reinado Dark no verão de 1986. A família estréia unida, sob os refletores e as câmeras envergando elegantes trajes do final do século passado, num ambiente festivo que reproduz uma festa que aconteceu na noite seguinte a proclamação da República. O cineasta Noilton Nunes, 40 anos, reiniciando no próximo dia 2 de julho as filmagens de "Fronteiras - A Saga de Euclides da Cunha", já decidiu pela família Leminski para interpretar três personagens, pequenos em tempo de presença na tela, mas de grande importância dentro da história: o general Solon Ribeiro, um dos militares positivistas que mais se empenhou na proclamação da República - papel reservado para Paulo, sua esposa (Alice Ruiz) e a jovem Ana, filha do casal - papel para Áurea Leminski. Euclides da Cunha, republicano convicto, foi à recepção da casa do general Solon, na noite seguinte à proclamação da República, e ali conheceu e apaixonou-se pela filha do casal, Ana, com quem casaria pouco depois. A jovem tinha apenas 13 anos de idade. xxx - "Esta será a minha única chance de ser um general!", comenta Leminski, confirmando a chance de fazer agora um papel no cinema também o entusiasma - como em tudo no que se lança. Na verdade, esta não será a primeira experiência cinematográfica de Leminski: há três anos, em São Paulo, a atriz e cineasta Ana Maria Magalhães, fazendo um curta-metragem sobre os novos poetas brasileiros - Wally Salomão, Chacal, Ana Cristina Cesar (suicidou-se dramaticamente) e Paulo Leminski, o filmou, junto com Alice Ruiz, em várias seqüências. O curta, "Assaltaram a Gramática!", já teve várias exibições. No ano passado, Leminski foi homenageado pelo cineasta Werner Schumann, 22 anos, com o vídeo de 35', "Ervilha da Fantasia", com um longo depoimento. Agora, entretanto, Paulo, Alice e Áurea farão papéis com diálogos, dentro de uma superprodução histórica, cuja saga para sua realização vem se mostrando tão difícil e complicada quanto foi a própria vida de Euclides da Cunha.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
2
14/06/1987

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