Faruk, um executivo para o rádio e a tv
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de março de 1985
Mais do que especulação, a lembrança do nome do empresário Faruk El Khatib para ser o presidente da futura empresa de economia mista - ou fundação - a ser criada para dinamizar a Rádio Estadual e implantar a futura TV Cultura, mostra a disposição do governador José Richa em que um projeto de muitos anos, afinal, se concretize. Mesmo não sendo um profissional de rádio e televisão, Faruk El Khatib tem, entre outros méritos, o de ser um executivo de grande dinamismo, trânsito fácil em várias áreas e que tem se revelado bom administrador.
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Amigo pessoal de José Richa, Faruk El Khatib foi quem estruturou o reaparecimento do "Correio de Notícias" - jornal que havia já editado entre 1978/79 - e do qual se afastou há alguns meses, passando o controle para o médico Celso F. Hilgert. Quando da visita de Richa aos Estados Unidos, Faruk, com seus contatos de Nova Iorque e Washington, conseguiu uma cobertura surpreendente a Richa, entrevistado por importantes jornalistas brasileiros e americanos.
Agora, dentro do esquema montado para fazer a futura companhia estatal (ou fundação, não se definiu ainda corretamente a forma jurídica), seu nome foi lembrado como o executivo para comandar sua estrutura.
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Desde os tempos em que secretariava o Cine Clube Pró-Arte, quando estudante do Colégio Santa Maria, Faruk El Khatib sempre demonstrou capacidade de aglutinar forças e executar projetos aparentemente distantes. Assim fez na Grafipar, que sob sua direção chegou a ser uma das maiores editoras do Brasil. Vítima de problemas econômicos - como tantas outras editoras, Faruk não se abateu: por duas vezes levantou a empresa e, há 5 anos, numa negociação internacional que o levou mais de dez vezes a Nova Iorque, obteve os direitos de edição no Brasil da revista "Penthouse", num contato direto com o editor Bob Guccione, de quem se tornou amigo.
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Quando a Assembléia Legislativa aprovar a mensagem que cria uma nova estrutura para o governo do Paraná poder, realmente, dispor de canais de rádio e televisão que possam executar um programa cultural/educativo, Faruk El Khatib terá um grande desafio administrativo. Às vésperas de seu 30º aniversário, a Rádio Estadual do Paraná é uma crônica de frustrações e promessas nunca cumpridas. Nascida modestamente quase como um serviço de auto-falante no Colégio Estadual do Paraná e sobrevivendo como prefixo graças ao idealismo de seu fundador, Aluízio Finzetto, a Estadual sempre foi a órfã da comunicação. Desde as instalações físicas à parte de recursos humanos, nunca teve condições de ocupar o espaço que poderia. Funcionou debaixo das arquibancadas do antigo Hipódromo do Tarumã, ocupou algumas salas do prédio da Café do Paraná ao lado da Delegacia de Plantão, a Travessa da Lapa e hoje, embora pomposamente usando três andares do edifício Caetano Munhoz da Rocha, na Rua Cruz Machado/esquina Dr. Murici, está longe de dispor da mínima estrutura para funcionar a contento.
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