As filas do INPS
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de janeiro de 1970
Uma das preocupações do advogado Roberto Serio Corrêa Alves, superintendente do Instituto Nacional da Previdência Social do Paraná, preocupação que também era de seu antecessor, o economista Hiram Guirand (1926-1969), está em encontrar uma fórmula capaz de atender o público, evitando as deprimentes filas que diàriamente se formam defronte os ambulatórios. Na quinta-feira, o jornalista José Joaquim, perdeu a manhã e irritou-se bastante com o problema. Decidido a renovar a sua matrícula no INPS - pôsto da Rua Visconde de Guarapuava, Zé Madrugou e entrou na fila às sete horas da manhã. Na frente dele já havia mais de cinqüenta contribuintes. O horário de abertura do Posto é 8 horas mas, para começo de conversa, os funcionários chegaram com vinte minutos de atraso. Nesta altura, atrás do nosso colega e, na mesma situação (isto é, querendo revalidar a matrícula), mais de 100 pessoas aguardavam a hora e a vez de serem atendidas. Resumindo: José Joaquim ficou na fila das 7 às 10,15 horas, só para revalidar o seu cartão de matrícula. Quando chegou ao guichê constatou que uma única funcionária era encarregada do serviço. Do lado de sua fila, existia outra, de contribuintes que queriam fazer a sua matrícula. Operação burocrática mais demorada é também atendida por um único funcionário. Depois foi outro drama: a consulta ao médico. Pacientemente, o jornalista entrou em nova e enorme fila, atendida por dois funcionários, então já no ambulatório do antigo IAPFESP, na Rua Marechal Floriano. Quando finalmente chegou ao fichário um funcionário, lhe disse que o médico que desejava consultar só vinha [às] terças, quartas e sextas-feiras. Era quinta-feira e êle deveria repetir a "via crucis" no dia seguinte. Excesso de burocracia, falta de funcionários e poucos médicos, fazem com que o INPS limite a um certo número os atendimentos por dia, o que origina as filas.
Enviar novo comentário