Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de janeiro de 1973
Houve uma época em que quando ele passava pela Rua XV, todos se viravam para admirar a sua estatura - realmente impressionante, quase dois metros de altura. E pobre de quem lhe fizesse qualquer provocação: embora tranqüilo e educado, o moço ia tomar satisfação e, por sua altura, os pedidos de desculpas surgiam imediatamente. Com Osny Bermudes - com quase trabalho durante muitos anos nos bastidores de nossas estações de televisão, primeiro no 12 depois no 4 - ampliou suas amizades e passou a ter o seu talento reconhecido. Estudante de arquitetura, equilibrava fazendo cenários para os programas ao vivo de nossa tv, e depois do trabalho, esticava o papo em rodas de sadia boêmia nos tempos nostálgicos do Bar OK, na Travessa Jesuino Marcondes. Os anos passaram, o curso chegou ao fim e a cenografia perdeu um de seus bons elementos , para o Paraná ganhar mais um arquiteto: Manfred Oberstein. Um arquiteto que além do bom gosto na criação de formas e projetos, sabe também fazer esculturas, paíneis em madeira e, excelentes histórias em quadrinhos. Após alguns trabalhos em Curitiba, Manfred foi a Portugal, convidado por Airton Cornelsen e ali deu-se muito bem, retornando duas vezes a Lisboa. Na última, ficou oito meses, fazendo projetos de uma livraria, um hotel, um shopping-center (em Paris) e uma fábrica (em Barcelona). Ganhou bons honorários, montou seu atelier-apartamento, mas a saudade apertou a Manfred voltou ao Paraná. Com muitos planos e projetos talvez fixando-se em Maringa, ampliando suas atividades da arquitetura para o cinema. Afinal, quando se tem 28 anos e muito talento os sonhos podem ser altos e azues.
Tags:
Enviar novo comentário