Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de abril de 1973
Cabelos brancos, suíças bem tratadas - que lhe dão um aspecto de personagem dos romances de pierre boulle, uma vez clara e forte e bastante objetivo: CELSO BATISTA, um homem de 53 anos, decide fazer uma revisão em sua vida, trocar uma profissão que abraçou ainda jovens mas que nunca o realizou - a de vendedor pracista - pela carreira artística, que sempre o tentou. Assim, apoiado por amigos ligado a televisão e rádio, como Dirceu Graeser e Ubiratan Lustosa, Celso começa a mostrar em público as músicas que há mais de 30 anos vem cantando, até agora, em rodas informais de amigos e familiares.
O principal mérito de Celso Batista é o seu bom gosto na escolha do repertório: esforçado e pesquisador, dispõe de um arquivo de mais de 6 mil musicas, não só com as letras, mas sabendo o nome dos autores e, muitas vezes, quando e como ela foi criada. Assim, ouvi-lo constitui uma espécie de aula a nossa melhor MPB, entre os anos 20/50, embora não fique restrito ao cancioneiro verde-amarelo: sabe também interpretar as mais conhecidas canções espanholas e italianas, já que nos anos 40 estudou canto lírico com o famoso mestre Remo de Peris Parnaguara, sempre fixado no Paraná - de onde saiu só poe 3 anos, para prestar o serviço militar, Celso Batista, casado, 2 filhos, e modesto em suas pretensões: quer cantar em praças as músicas em gosta - se possível acompanhado pelo regional de seus amigos Janguito do Rosário, << para mostrar o que o Brasil tem de belo e uma nova geração que não teve tempo de conhecer a época das serestas >>.
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