Livro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de abril de 1973
Roteirista de Alain Resnais (<< A Guerra Acabou >>, 1965) e Costa-Graves (<< Z >>, << A Confissão >>, << Estado de Sitlo >>), o espanhol Jorge Semprun é um intelectual que teve seu conceito firmado nos últimos anos e sua popularidade aumentada, principalmente junto aos meios mais sofisticados, após o seu trabalho cinematográfico, ao criar os textos interpretados no cinema por Ivens Montand (foto), interprete dos filmes de Resnais e Gravas. Agora, Edições Bloch dão oportunidade ao público brasileiro de conhecer um dos mais elogiados romances - "A Grande Viagem" (Le Grand Voyage), ao que parece ainda não adaptado ao cinema. Recomendado pelo Clube do Leitor, "A Grande Viagem" é um livro escrito dentro da linha que tem caracterizado a obra de semprun-Resnais: memórias da guerra, passado, presente e futuro interligados de forma que simbólica - aparentemente de difícil compreensão, mas, na realidade, uma forma admirável de transmitir idéias. Um trem parte rumo à Alemanha, de um estação do interior da França, na calada da noite. Em seus vagões de carga leva prisioneiros, apertados aos pontos de não poderem se mover, para um campo de concentração nos arredores de Waimar. A janela gradeada de um desses vagões conversam dois jovens pertencentes à resistência francesa. Um camponês e um universitário, que não é francês, mas espanhol exilado anos antes por motivos políticos. Assim Semprun - também espanhol exilado na França - inicia o relato de "A Grande Viagem", que se desenvolve à medida em que o trem avança e no qual passado, presente e futuro entremisturam-se. Tradução de Celina Luz - ex-jornalista de "Última Hora", em Curitiba; capa de Vera Duarte; 176 páginas.
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