A guerra do Sinai
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de janeiro de 1970
Está em Brasília uma solicitação que poderá provocar a proibiçao em todo o território nacional da exibição do filme "A Rapôsa do Sinai" (La Battaglia Del Sinai), realizado por um grupo de ítalo-israelense sôbre a guerra dos seis dias de 1967. Um grupo de dirigentes da Sociedade Muçulmana do Paraná, ao saber que o filme - distribuído pela Condor Filmes S.A. - seria lançado com ampla campanha publicitária no Cine São João, procurou o Departamento de Polícia Federal apelando para que o filme não fôsse projetado. Explicando que assim procediam para evitar acirramento de ódios entre judeus e árabes, os dirigentes da Sociedade Muçulmana expuseram [às] autoridades que não poderiam responsabilizar-se pelas conseqüências que adviessem da projeção deste filme. Dirigido por Muarício Lucidi e realizado para a Itlcine Tv Roma, em coprodução com a Flaga Film, de Tel Aviv, "A Rapôsa do Sinai" peca pelo radicalismo e exaltação militarista das tropas do general Moshe Dayam. A exemplo do que fêz o ator e diretor John Wayneem "Boinas Verdes" (que também teve problemas de exibição em vários países do mndo), sôbre a guerra do Vietnã, o filme italiano procura mostrar os israelenses como "mocinhos" os árabes como "bandidos". Isto, segundo os líderes da comunidade árabe, pode provocar conflitos em nosso País, onde, felizmente, a guerra do Oriente Médio não teve maiores reflexos. Preocupa-se apenas com a melhor compreensão entre as pessoas, os líderes árabes estão esperando que o Departamento de Polícia Federal, através de seu serviço de censura, considere seus argumentos e interdite o filme, já projetado em São Paulo e Guanabara em cinemas de bairros.
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