Homenagem a Chi-Chic
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de maio de 1974
Lançado em São Paulo e Guanabara no suplemento de março, mas que até agora não chegou as lojas, um lp da Fermata que tem especial significação para os curitibanos: a Bandinha do Piolim, homenageando os grandes palhaços brasileiros, numa gravação alegre e descontraída, especial para o público infantil. Uma das faixas no lado A é dedicada ao mais famosos palhaço que já tivemos - lendário Chi-Chic, Otelo Queirolo (1895-1967), que junto com seus irmãos Julian, o Harry (1893-1959) e Ricardo (1896-1967), se fixou em Curitiba a partir de 1942, divertindo várias gerações, durante três décadas. Até pouco antes de falecer, vítima do câncer, Chic-Chic estava todas as noites, com sua companheira inseparável, a cachorrinha de pelúcia Violeta, no picadeiro de seu circo, que percorreu vários bairros e pontos do centro, até se fixar, em 1956, no Portão, onde funcionou até a trágica madrugada de 18 de outubro de 1968, quando uma violenta tempestade destruiu a lona e quebrou o mastro.
O Circo Irmãos Queirolo nasceu na praça Sanz Penã, a 14 de julho de 1917, numa iniciativa de três dos sete filhos do espanhol José Carlos Queirolo (1849-1900), cantor de óperas que veio para o Uruguai no final do século passado.
Há seis anos sem o circo, Lafayete, 43 anos e Sérgio, 41, filhos de Julian Queirolo, estão estudando a montagem de um espetáculo retrospectivo dos 50 anos da grande companhia, para mostrar às novas gerações o que a família fez pela diversão do povo; ao mesmo tempo, será uma oportunidade dos mais velhos lembrarem-se de momentos mágicos vividos no universo alegre do mundo de lona que Chic Chic e seus artistas animavam todas as noites e nas matinés de domingo.
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