Homeopatia revivida
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de março de 1975
No próximo dia 10 de abril, quando se comemora o 22o aniversário de nascimento de Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1975-1842), considerado o "Pai da Homeopatia", os dois filhos de um dos mais conhecidos e estimados homeopatas que o Paraná já teve - o médico Waldemiro Pereira (1914-1972), estarão inaugurando a primeira Clinica Homeopática de Curitiba - e, em suas características, também uma das poucas do Brasil. Na cidade, o Dr. Murilo de Oliveira Paiva, 60 anos, formado em 1941 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro - única escola do País que ensina a homeopatia tem argumentos incisivos para provar que esta medicina está ressurgindo em todo o mundo. Mesmo nos Estados Unidos, onde uma gigantesca indústria farmacêutica sempre temeu e combateu a homeopatia, há hoje três faculdades homeopáticas: Em Ann Arbor, São Francisco e Filadélfia.
O médico Nilo Cairo da Silva (1874-1928), um dos fundadores da Universidade Federal do Paraná', foi o primeiro médico homeopata em Curitiba, e há 72 anos, publicava um trabalho intitulado "Similia similibius curantur", onde já defendia as leis que Hahnemann codificou, em 1810, no seu livro o "Organon da Arte de Curar", onde expôs as normas gerais da homeopatia e especificou uma grande quantidade de remédios até então experimentados. De 1949 para cá, apenas três médicos paranaenses dedicaram-se a homeopatia: Nilo Cairo de Souza Knorr, afilhado do Nilo Cairo Silva (e não seu filho, como muitos pensam), há três anos, tinha uma das maiores clientelas. Para continuar sua obra, os dois filhos de Waldemiro Pereira, Washington Luiz, 31 anos, e Dicesar Waldomiro, 35, convidaram um velho amigo, o Dr. Murilo Paiva, homeopata de 34 anos de exercício, com atividades em vários Estados, que aceitou vir dirigir a Clínica Homeopata Waldemiro Pereira, instalada na Rua José Loureiro, 11, 1o andar, esquina com a rua Westphalen. Mais do que uma clínica, o Dr. Murilo Paiva, junto com o seu colega José Lima Filho, formado no Rio de Janeiro há 6 anos e também homeopata, ali pretendem desenvolver um centro de estudos e pesquisas homeopáticas, difundindo este ramo da medicina tão pouco conhecido, mas que é a forma mais barata de atendimento médico existente no mundo. No Brasil, como em outros países, há o consumo da homeopatia. Mas, muitas vezes de maneira errada e contrária aos seus próprios princípios. É quando as receitas são passadas nas chamadas "conversas de comadres":
- Meu filho tinha uma sinusite que não havia o que resolvesse. Fez um tratamento como homeopatia, e sarou. Posso ver o nome para voce. Não custa tentar, mal não faz.
E lá vai um nome em latim, seguido de um número, anotado, num pedacinho de papel. Para os médicos homeopatas, este é um verdadeiro atentado à sua ciência, pois para eles, não há doenças, mas doentes, aos quais devem ser receitados remédios específicos, de acordo com as infinitas variantes que compõe a vida de cada um. Assim, a Clínica Homeopática Waldemiro Pereira, agora em novas e confortáveis instalações - e complementada pelo já consagrado laboratório-farmácia homeopática fundada em 1933, vai colaborar para que a medicina codificada pelo alemão Hahnemann, há quase 20 anos, possa atender maior número de pessoas. Com todas suas virtudes, da qual a mais atraente é sem dúvida de que é a mais barata. Tanto é que o mais caro remédio homeopático custa apenas Cr$ 15,00. E é suficiente para o tratamento de 30 dias.
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Um dos mais criativos caricaturistas da cidade, o catarinense Dante Mendonça, 22 anos, quer também mostrar que é bom ator. Há tempos que já vem insistindo: "Bolas de Papel", "Hotel Luar do Sertão", "Abre A Janela e Deixe Entrar O Sol Puro e o Ar da Manhã", "Apague Meu Spot-Light", "Liberdade Para as Borboletas" e "Angelita". Agora está ensaiando o principal papel de "Doce Primavera", de seu amigo e guro Manoel Karam, que estreia dia 8, no Paiol. Justificando sua crescente paixão pelo ingrato mundo do palco, Dante diz:
- Eu não quero um lugar ao sol. Prefiro na sombra.
LEGENDA FOTO 1- Dante, por Dante.
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