Inflação eleitoral afasta candidatos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de julho de 1986
Quanto custa uma campanha para a Assembéia Legislativa?
As respostas variam mas a soma é alta. Altíssima. Tão alta que alguns candidatos, mesmo com boas condições de serem eleitos, prestigiados em seus municípios e obtendo vaga na chapa dos partidos estão repensando se vale a pena sacrificar um patrimônio, fazer dívidas ou, principalmente, assumir compromissos com grupos e pessoas interessadas em financiarem a campanha (mas que, futuramente, cobrarão com juros tal apoiamento).
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Um exemplo disto é o advogado Paulo Roberto de Souza Pereira, 37 anos, vice prefeito de Jacarezinho, que mesmo tendo seu nome aprovado na chapa de candidatos do PMDB a Assembéia Legislativa, desistiu nesta semana a disputar o pleito. Paulo Roberto fez o cálculo na ponta do lápis de quanto teriam que desembolsar e assustou-se quando viu a cifra aproximada: Cz$ 2 milhões.
Assim, desistiu de ser candidato - e com isto, de momento, Jacarezinho fica sem nenhum candidato ao Legislativo. Mas é claro que o espaço que Paulo Roberto abre vai ser intensamente disputado por outros que estão no campo de batalha.
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Surgem candidatos curiosos ao pleito. Um deles é Pedro da Viola (Pedro Gonçalves), do PMC. Barbudo, ar de profeta, aparece em cartazes que estão emporcalhando muitos prédios e postes. Músico sertanejo, Pedro da Viola está baseando sua plataforma no apelo a classe musical, prometendo lutar para que "se abram praças e teatros para os músicos sertanejos".
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