Itaipu & o Paraná (III)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de maio de 1974
Uma das reivindicações do Governo do Estado com relação à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu era a instalação em Curitiba e um escritório para o apoio técnico e administrativo à obra, o que já foi, em princípio, atendido, com a sua direção entregue a um dos técnicos mais conhecidos na cidade, o coronel-engenheiro Cassio de Paula Freitas, durante quase 10 anos presidente da Companhia Força e Luz do Paraná e, nos últimos meses, diretor da Companhia Paranaense de Energia Elétrica. Agora, a reivindicação é que seja aproveitado, prioritariamente, nossos materiais e equipamentos de construção, por condições de escala, embora estes não possam ser supridos integralmente pela indústria paranaense. Caso não viesse a se localizar um escritório técnico administrativo em Curitiba, a já reduzida capacidade de participação da indústria paranaense seria diminuída ainda mais. A mesma coisa poderá ocorrer, também, com o fornecimento de serviços, outro item para o qual o Paraná está capacitado a contribuir. Estima-se que cerca de Cr$ 40 a Cr$ 60 milhões serão pagos em salários anualmente durante a construção. No entanto, e isso é necessário lembrar, somente cerca de cinquenta por cento desses recursos reverterão em benefício da economia paranaense, sob a forma de aquisição de alimentos, vestuário e alguns bens duráveis, enquanto que a parcela restante vai beneficiar a economia do eixo Rio/São Paulo, onde estão concentradas a maioria das indústrias brasileiras. Assim, a instalação do escritório em Curitiba é uma forma de ampliar os benefícios à economia estadual, se constituindo em mais uma injeção de recursos concentrados e de elevado poder de compra. Três outros benefícios adivirão: aumentos da movimentação bancária e da oferta de empregos e acréscimo no volume de comercialização.
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