Jofilly filma o verde do Paraná.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de outubro de 1983
O cineasta José Jofilly Filho, co-roteirista e assistente de direção de << Parahyba, Mulher Macho >> (pré-estréia sábado, 8, cine São João, 22 horas, ingressos a Cr$ 500,00) está no Paraná há uma semana. Contratado pela Globo-Vídeo para realizar uma série de filmes promocionais do Brasil - destinados ao Banco do Brasil, destinados ao Banco do Brasil, para exibição no Exterior - vem fazendo tomadas em várias partes do Estado. Com um fotógrafo - Walter carvalho e um assistente, Roberto Petti, Jofilly procura colher imagens não pasteurizadas por pontos tradicionalmente focados do Paraná-turístico, destacando, isto sim, o sentido do verde no estado - em seu entender, << um dos apelos maiores para o turismo na Europa >>.
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No sábado, Jofilly e sua equipe filmaram o Passeio Publico e o folclórico << Bar do Pasquale >>, fazendo, à noite, apenas do iluminado auditório Bento Munhoz da Rocha Neto. No domingo estiveram em Vila Velha e na segunda-feira foram a Paranaguá. Agora se encontram em Foz do Iguaçu. Jofilly Filho pretende retornar amanhã, para a pré-estréia de << Parahyba >>, que terá a presença da cineasta Tizuka Yamasaki, da atriz Tânia Alves e também de José Jofilly, autor do romance << Anayde Beyriz >>, que subsidiou ao roteiro do filme. A polêmica iniciada há três semanas no << Jornal da Tarde >>, com a violenta crítica de Moacir Japiassu, foi encerrada sábado passado, com a publicação de mais duas cartas em defesa do livro de Jofilly. O semanário << Viu >>, que circulou na semana passada do Rio de Janeiro, trouxe inflamada entrevista do historiador Hélio Silva, que embora achando a cantriz Tânia Alves (como cantoras, está saindo o seu segundo lp, pela Polygram), << muito sensual para interpretar a professora Anayde Beyriz >>, gostou do filme de Tizuka:
- << O filme não se apresenta como um documentário e não o é, Em torno de um fato histórico - o assassinato de João Pessoa - desenvolve um romance ressaltando a figura de Anayde, ao mesmo tempo heroína amorosa e símbolo das reivindicações feministas >>.
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Jofilly Filho, que é professor de cinema na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e autor de seis curtas-metragens, além de ter feito o roteiro de << O Sonho Não acabou >> e a fotografia em << Até a última Gota >>, ambos de seu amigo Sérgio Rezendes, prepara-se para seu primeiro longa-metragem. Vai passar os próximos meses trabalhando no roteiro de um filme baseado em << Assassinato na Ulem Company >>, o novo romance de seu pai, recém-lançado pela Record. Uma estória verídica sobre o assassinato de um executivo americano em São Luiz do Maranhão, há 50 anos
a produção começará a ser montada no próximo ano, talvez até com a participação de artistas americanos- visando o mercado internacional.
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A propósito: << Até a Última Gota >>, documentário de Rezende, que denuncia a máfia de comercialização do sangue humano na América do Sul, terá sua pré-estréia às 18 horas de amanhã, no cine Morgenau - dentro da semana de cinema organizada pelo crítico Francisco Alves dos Santos.
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