LIVRO
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de fevereiro de 1973
Se a ausência de Guimarães Rosa na literatura brasileira é impreenchível, ao menos a sua filha, Vilma, mantém o bom nome da família: "Por que não?; seu terceiro livro de contos, por certo lhe valerá mais alguns elogios com os que mereceu por seus dois primeiros trabalhos - "Acontecências" (1967) e "Setestórias" (1970). Hélio Pólvora, rigoroso "book review" do "Jornal do Brasil" registrando "Setestórias", escreveu que nos contos de Vilma Guimarães Rosa, "o elemento de suspense é sintoma de que ela se encontra na órbita do conto clássico, à Maupassant ou à Stevenson, imprimindo-lhe um tratamento formal novo". Ernesto Alves Filho, no "Correio Popular", de Campinas, SP, escreveu que em seus contos Vilma Guimarães Rosa vai vasculhando. Tritura. Ou analisa. Mas deixa, é claro, dentro da realidade, também aquela ponta de enigma que é o imprevisto no cotidiano de todas as criaturas. O homem fala, o homem age, o homem "cumpre" o destino, pensa que "se realizou" mas, ao cabo, na hora de ir embora, ainda não sabe que teria pela frente muita coisa de que não sabia, nem saberia". Agora, em "Por que não?", Vilma nos traz mais 10 contos deliciosos: "A Chave", "Desde e Até", "Sinhá de Azul", "Vamos nadar, querida?", "O homem que amava gentes", "A cruz na pedra", "O recado de bisavó Isabel", "O mundo já era velho...", "Cai faceira" e "Mingau de aveia e arenque marinado". 168 páginas, capa de Gian Calvi, José Olympio Editora, 1972.
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