Poty, o capista do grande Rosa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de agosto de 1984
Há 29 anos, o editor José Olympio convidou o curitibano Poty Lazarotto para fazer a capa e ilustrações de primeira edição de "Grande Sertão: Veredas" de Guimarães Rosa. Nascia uma grande amizade de Poty com o romancista mineiro, sabidamente um homem discreto e de pouquíssima vida social, com restrito número de amigos. Poty ilustrou outros livros de Guimarães Rosa e hoje continua ainda a emprestar seu talento para as bonitas apresentações de obras que lhe significam algo. Agora, por exemplo, Poty fez a capa para um novo ensaio sobre Guimarães Rosa: "A Cultura Popular em Grande Sertão: Veredas" de Leonardo Arroyo (Editora José Olympio, 327 páginas. Cr$ 5.500,00).
Poucos escritores brasileiros tem merecido tantos ensaios e interpretações como o autor de "Grande Sertão". Já passam de vinte trabalhos publicados sobre a sua obra, que ajudam a entender melhor os seus textos . Trabalhos necessários devido ao fascínio da própria narrativa, a riqueza da linguagem multiforme de Rosa e as ressonâncias subjetivas. Leonardo Arroyo, 66 anos, mais de 20 trabalhos publicados, propõe uma análise nova sobre "Grande Sertão", através da presença da cultura popular nesta obra tão rica de interpretações. Volume 195 da Coleção Documentos Brasileiros, o livro de Arroyo mereceu o seguinte comentário de Paulo Ronai: "É um trabalho completamente original, cujo autor consegue a façanha de fazer um livro sobre Rosa deixando de lado a linguagem e restringindo-se a um aspecto do contínuo e riquíssimo substrato popular.
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