Jackson Hood
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de agosto de 1984
Há certos lançamentos que se tornaram quase dispensáveis de registro. É o caso de "Victory", o novo disco de Michael Jackson e seus irmãos. Praticamente, nunca houve outro elepê que tenha obtido tamanha promoção: são milhões de linhas impressas em milhares de jornais, revistas, folhetos, horas de programações no rádio e nas televisões de todo o mundo, que acompanham, este ano, o surgimento de Michael Jackson como maior evento da indústria musical, desde Elvis Presley e os Beatles. Aliás, há muito que o mundo do show bussiness necessitava de um herói, em termos de imagem tão forte. E todos os recursos se concentram em cima do mais jovem dos irmãos Jackson. E, pelo visto, o marketing deu certo. Hoje, Jackson é a maior fonte de rendas de inúmeras empresas, incluindo a CBS, que, na maré vazante da crise fonográfica, é uma exceção. Como se já não bastassem Roberto Carlos e Iglesias, tem, também, Michael Jackson, que é diamante puro, em termos comerciais. Ainda bem, porque assim o simpático D. Muñoz, presidente da empresa no Brasil, tem condições de permitir que produtores como Maurício Quadrio e Arlindo Coutinho façam lançamentos culturalmente da importância das séries de jazz e clássicos, como as que saíram em julho. Por isto, viva Michael Jackson, pois com sua vitória comercial torna-se uma espécie de Robin Hood cultural: os milhões de dólares que "Victory" (depois de "Thriller") rendem, possibilitam investimentos em projetos como os muitos que Coutinho, Quadrio e Fagner tem para serem desenvolvidos.
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