Livro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de janeiro de 1974
Baiano de Amargosa, Pedro Calmon Moniz de Bittencourt, 72 anos, ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, historiador de renome e que constantemente vem ao Paraná - de onde é sua esposa, em 1966 publicou "A Vida de Castro Alves", que agora aparece em nova edição, como volume 158 da coleção "Documentos Brasileiros". Explica o autor que este é, agora, um livro novo, pois entre 1956 ao centenário da morte do Poeta - 6 de julho de 1971 - foi tão ampla a pesquisa feita "que nos animamos a rescrever-lhe a biografia". E assim damo-la desdobrada e, a largos trechos, diferente, no propósito nimiamente histórico e elucidar as origens, decifrar os miúdos mistérios da ascendência e da formação, seguir os passos do personagem no registro tempo, esse tempo de poesia investigado tenazmente na Bahia, no Recife, no Rio de Janeiro, em São Paulo; dez anos: os mais férteis do romantismo. Justificando a atualidade de Castro Alves, diz Calmon: "A sua identificação com os sentimentos e os ideais coletivos; essa estranha e translúcida brasilidade do "cantor dos escravos". Chegou até a hora presente, com o ousado gesto oratório e a rima heróica, ensinando às gerações, em estrofes de solitário, a fé no futuro (em meio a "O Século" e "Adeus Meu Canto", a saudação aos "Estudantes Voluntários"); aos estadistas ("O Livro e a América"), a transcendência da Educação e da Lei; aos descendentes, o legado cívico dos avós ("A Visão dos Mortos"). Uma biografia vigorosa de um grande poeta, numa obra completa e definitiva, editada em colaboração com o INL/MEC, 370 páginas, Cr$ 17,00.
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