Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de janeiro de 1974
A chegada de Egberto Gismonti em Curitiba, onde concluirá o curso de música popular iniciado por Dory Caymmi, coincide com o lançamento de seu quarto LP - o melhor em seis anos de carreira, e no qual confirma ser hoje um de nossos três mais importantes compositores-intérpretes, no que tange à criatividade. Um disco de imensa beleza musical, que exige um longo comentário - que fica para uma próxima ocasião. Aqui, antes mesmo de qualquer papo pessoal com Gismonti, um rápido registro, na base do que ele escreveu, dia 9 último, seu amigo José Carlos Oliveira, no "Jornal do Brasil". Gismonti, 28 anos, nascido no Carmo, Estado do Rio, quase Minas Gerais onde viveu até os cinco anos de idade e depois voltava três meses por ano. Viveu em Porto Novo do Cunha, Cantagalo, Cordeiro, tudo por ali mesmo. Profissão: músico. De suas declarações a Carlinhos Oliveira: 1 - "Eu fiquei uns quinze anos dentro de conservatório e depois de 15 anos eu ia pra Viena, aí a loucura foi tanta que eu troquei Viena pelo Festival da Canção"; 2 - "Comecei a pensar em música aos cinco anos: A cerejeira não é rosa, não. Essa foi a primeira transação. Um dia comecei a tocar essa música"; 3 - E respondendo à pergunta "Você é feliz, como homem e como artista?", diz Egberto: "Tem momentos legais, né? Tem momentos bons, quer dizer... Quando a gente está gravando... Aquele negócio: um papo bom... Mas negócio de feliz eu não sei o que é isso, não". Bem, o resto fica para depois, Egberto merece. Ao menos como músico.
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