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Luis conta Oswaldo

Oswaldo Martins de Souza, é um paranaense que faz sua canções e para não deixá-la esquecidas acaba reunindo suas economias e patrocinando as edições de modelos compactos. Já fez vários deles, em suas canções tem sido registradas por cantores e grupos amadores da terra, muitos dos quais há muito desaparecidos. Agora, Oswaldo patrocinou um novo compacto, através de sua "Pinha Melodias", com Luiz Silva, interpretando nada menos que quatro canções, em gêneros diferentes: o beguine "O Verdadeiro Amor", o samba-canção "Es fascinação, és mulher", o iê-iê "Com Carinho e muito Amor" e a valsa "As Viagens". Acompanhando, o quarteto Mouraria, do simpático restaurante que aparece inclusive na colorida capa do disquinho. *** Luiz Silva, o intérprete, é um exemplo do cantor de talento que foi asfixiado pela falta de oportunidades. Já tendo dobrado a casa dos 40 anos - mas ainda uma atlética aparência que lhe garante bom Ibope junto ao público feminino começou a cantar ainda jovem. Passou pela melhor fase da noite curitibana, nos anos 50, integrou orquestras de nível, como a de Osval Siqueira ( onde, atuava também Rauzinho, hoje nos EUA) e morou alguns anos em São Paulo. Lutou muito, enfrentou dias difíceis e chegou a gravar com Waldemiro Lenke. No final, cansado das "igrejinhas" e dificuldades, acabou voltando ao Paraná. Hoje, ganha a vida como representante comercial e mais por hobby é que gosta ainda de cantar. Sua voz é segura, forte-num estilo marcante. Luiz Silva não tem ilusões sobre o mercado musical paranaense e para ele as promessas não mais impressiona. E foi, por certo, mais por amizade a Oswaldo Martins de Souza que aceitou interpretar suas músicas, num disco simples, de circulação restrita, mas que vale como documento de nossa bissexta vida fonográfica. FOTO LEGENDA- Luís Silva interpreta as canções: O Verdadeiro Amor Beguine És fascinação és mulher Samba-Canção Com Carinho e muito amor iê iê iê As viagens Valsa Quarteto Mouraria FALTOU BALANÇO Faltou "swing" na direção do novato George Schlatter mas não se pode negar que "Norman... É ou não é?" (Cine Condor, hoje último dia em exibição) seja um filme que se assiste com um sorriso nos lábios. Vindo da Broardway, onde a peça de Ron Clark e Sam Bobrick foi sucesso de público, já há alguns anos, "Norman, Is That You?" exige do público uma predisposição ao gênero teatral, razoável informação sobre a vida americana, embora a temática tenha muito do agrado do público latino. Afinal, o homossexualismo é um fantasma que ameaça a qualquer família e o personagem interpretado por Redd Fozz (ator popular na televisão americana, mas totalmente desconhecido no Brasil), não deixa de, em sua aparente desgraça, tem uma grande empatia e comunicabilidade. Aos 60 anos, é abandonado pela esposa, Beatrice (a cantora Pearl Bailey, magnifica nas curtas seqüências em que participa), que fugiu com o seu sócio e irmão. Ao procurar o filho, Norman (Michel Warren), decorador em Los Angeles, descobre que ele vive com outro homem (magnífica criação de Dennis Dugan). O desenvolvimento é linear, não tendo havido preocupação do diretor Schlatter em imprimir maior dinamismo. Mesmo as potencialidades histriônicas de Redd Foxx ficam contidas, só mesmo Pear Bailey, uma artista que há muitos anos não aparecida no cinema, consegue dar um pouco mais de balanço nas cenas que participa. O público brasileiro assistiu, há alguns anos, uma adaptação do mesmo tema. E no palco; sem dúvida, a história tinha muito mais graça: Mas não se pode desprezar totalmente este filme, de produção modesta, elenco de nomes desconhecidos e que foi lançado obscuramente. E que tem ainda uma simpática trilha sonora. Na falta melhor programa, pode ser visto. Mas com boa vontade!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
15/03/1978

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