Memórias de Mazzaropi
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de julho de 1986
Poucos sabem que Mazzaropi quando tinha 10 anos de idade sonhava já com a vida artística e para que não fugisse com um circo, os seus pais o enviaram para Curitiba, onde um de seus tios, Domingos Mazzaropi, tinha um comércio de cassemira.
Agora, quando fazem 5 anos da morte do popular comediante, um jovem apaixonado por sua vida e obra, Luiz Carlos Schroder de Oliveira escreveu um livro sobre o artista - "Mazzaropi - Saudade de um povo" (editora CEDM, junho/86), lançado na semana passada em Londrina, com distribuição nacional de Fernando Schnaglia.
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Somente reconhecido em sua capacidade de comunicação com o grande público após a sua morte, Mazzaropi (1916-1981) é estudado por Luiz Carlos no livro nos aspectos biográficos e também através do depoimento de vários amigos. Ator de comédias ingênuas, dirigidas por outros cineastas no início de sua carreira e, intérprete dos filmes que produzia em série (como hoje faz Renato Aragão e os Trapalhões), Mazzaropi cumpriu uma função dentro do cinema nacional e embora o autor do livro, apaixonado incondicional por sua figura, ao afirmar que "ele foi tão importante para a cultura cinematográfica quanto Chaplin" - não deixa de ser um livro útil e interessante este trabalho de Schroder de Oliveira.
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Falando em livros paranaenses, também na semana passada, começou a circular em cidades do Oeste e Sudoeste "A Máfia dos Bebês", onde o jornalista Donizetti Adalto denuncia o comércio das crianças para o Exterior. Já a Guerra do Contestado, até hoje com escassa literatura apesar da grandiosidade do tema, ganhou um novo estudo: "Planaltos de Frio e Lama", de Beneval de Oliveira, formado em Filosofia pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro e ex-professor da Universidade Estadual de Londrina. Esta obra foi editada com patrocínio do governo de Santa Catarina, que aliás vem dando grande estímulo à área editorial - ao contrário do que acontece no Paraná.
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