Uma editora para a Universidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de maio de 1976
Mesmo admitindo as "imensas dificuldades"que encontrará para efetivar aquilo que destacou em seu discurso de posse na direção do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná, a professora Cecília Maria, já tem pronto um projeto destinado a criar a Editora Universitária. Consciente, há muitos anos da necessidade imperiosa de nossa Universidade, a exemplo de instituições de todo o mundo, ativar a sua presença editorial, a professora Cecilia faz deste ponto uma das metas prioritárias, dentro do amplo programa de trabalho que espera desenvolver em suas funções ate o ano de 1980, quando encerra o seu mandato.
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Com mais de 25 anos de magistério superior, responsável pelo departamento de história da UFP desde a sua criação e principalmente idealizadora do curso de pós-graduação em história demográfica da UFP, hoje considerado como "centro de excelência" nacional, a professora Cecília Maria Westphalen levou para a direção do setor, que assumiu há poucas semanas, uma grande carga de prática administrativa, aliada a uma ampla visão dos problemas universitários - adquirida, inclusive em vários orgãos colegiados dos quais participou nestes úlitmos anos. Mulher objetiva e sincera, sem meias medidas ou atitudes paliativas, prefere planejar e realizar do que apenas prometer. Assim, mostra-se discreta na realização de seus planos imediatos, mas o fato de destacar a necessidade da sexagenária universidade paranaense dispor de uma editora ágil e gabaritada, não deixa de ter significado especial - principalmente neste ano em que se sente uma desnacionalização em escala das maiores editoras.
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A professora Cecília não pensa, com razão, em empregar a atrofiada estrutura da "Imprensa Universitária" para o desenvolvimento das atividades da futura Editora. Com sua capacidade gráfica praticamente ocupada pela impressão de material burocrático, aquela unidade não possuia agilidade necessária para acompanhar as atividades de uma Editora Universitária. A exemplo do que faz a Universidade de São Paulo, para só citar um exemplo, o estabelecimento de convênios com empresas particulares, para a impressão dos livros, é uma fórmula racional e prática. Com isso se ganhará tempo e, proporcionalmente, dinheiro.
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Em Porto Alegre, o Instituto Estadual do Livro (O Rio Grande do Sul é o único Estado Brasileiro a possuir esta entidade), através de um bom programa de ação, estimulou nos últimos 3 anos o aparecimento de uma dezena de editoras, com lançamentos periódicos, os quais, infelizmente, não tem comercialização no Paraná, devido a timidez de nossos livreiros. Circulam, entretanto em outros Estados.
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