Uma nova tentativa para que a UFPR possa ter sua editora
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de dezembro de 1986
O reitor Riad Salamuni já tem em mãos o anteprojeto para o regimento interno da Editora da Universidade Federal do Paraná, bem como objetivas propostas para o seu efetivo funcionamento. Resultado de quase seis meses de trabalho de uma comissão presidida pela professora Leilah Santiago Bufrem, afinal se oferece uma contribuição básica para que a nossa artereosclerosada e septuagenária instituição tenha realmente uma atuante editora.
Ao assumir a Reitoria, entre tantas irregularidades que vem denunciando, o professor Salamuni irritou-se, com razão, pela confusão feita em torno da área editorial. Havia uma nebulosa editora ligada a (mais nebulosa ainda) Fundação de Desenvolvimento da UFP, cujas irregularidades vêm sendo apuradas. Como aqui dissemos inúmeras vezes, a Editora da UFP poderia se chamar de "Conceição": seus livros, quando editados, não tinham a menor distribuição. Critérios discutíveis de seleção e que ficavam na base do "ninguém sabe, ninguém viu".
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Para começar, a comissão presidida por Leilah Bufrem, após 17 exaustivas reuniões, propôs um regimento interno e o retorno da Editora para o âmbito da Reitoria - já que a própria Fundação parece ter seus dias contados. Mais importante é a formação de um conselho editorial, a ser integrado por 11 representantes dos vários setores, que discipline o que deve ser editado, dentro do interesse real, mercado e importância didática e cultural. É uma tarefa difícil, repleta de arestas, pois fere suscetibilidades e exige que se diga não a "pedidos" de poetas e ficcionistas frustrados que, embasados com a mística de serem "velhos professores", buscam patrocínio oficial às edições de seus devaneios literários. E hoje, uma editora universitária tem que ser profissional - e há 50 exemplos disto em outros Estados.
LEGENDA FOTO - Riad: vamos ver se a Editora da UFP agora funciona?
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