As novas técnicas para a comunicação
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de dezembro de 1986
Cresce, felizmente, a bibliografia de jornalismo & comunicação no Brasil. Talvez a Summus Editorial seja a que esteja dando maior contribuição, com quase duas dezenas de volumes importantes em diferentes enfoques. Por exemplo, como resultado do V Ciclo de Estudos Interdisciplinares de Comunicação, realizado há 3 anos, temos "Novas Tecnologias de Comunicação - impactos políticos, culturais e sócio-econômicos" (184 páginas, Cz$ 92,00), organizado pela professora Anamaria Fadul. Diversos autores (nacionais e estrangeiros), especialistas na complexa problemática das novas tecnologias de comunicação, examinam novas formas de comunicação, como os satélites, o videocassete, o videotexto, os microcomputadores, as fibras óticas. Ao todo, são 12 textos que trazem visões up to date de novas tecnologias que os profissionais da comunicação não podem, em absoluto, ignorar.
Outro volume da Summus traz o trabalho de Maria Krohling Kunsch sobre "Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada" (176 páginas, Cz$ 90,00). Com sua experiência de profissional da área, Margarida Maria mostra que o planejamento de RP contribui para sistematizar a comunicação integrada nas organizações sociais, atribuindo a esta função a tarefa de contribuir para administrar, em ação conjugada, os trabalhos de comunicação desenvolvida nas diversas áreas. O livro é enriquecido com gráficos, tabelas e ilustrações, que permitem o diagnóstico e a solução até de problemas numa área relativamente nova: a administração de controvérsias públicas.
Há três anos, quando saiu a primeira edição de "Grafitos de Banheiro - a Literatura Proibida" demos grande destaque a este original estudo do professor (e editor ex-Codecri, ex-Graal, ex-Record, ex-Rocco) Gustavo Barbosa 36 anos. Afinal, partindo de uma forma desprezada de comunicação - as inscrições pornográficas inscritas em banheiros públicos - Ele fazia um estudo sobre sexualidade, escatologia, repressão, cultura, proibição, transgressão, nojo e desejo.
A obra teve tanta repercussão que agora aparece uma segunda edição (editora Anima, 184 páginas, Cz$ 80,00), que oferece oportunidade a quem ainda não leu este original ensaio conhecer o pensamento de Gustavo Barbosa sobre as mensagens obscenas nos banheiros e, especialmente, por que elas são escritas. Afinal, a pornografia é uma forma de contestação à moralidade ou apenas afirma a ordem que parece ameaçar?
Ao contrário do que muitos pensam "proibir", Gustavo Barbosa acredita que não estimula a libertação, pois a transgressão faz parte integrante da ordem social.
- "Os homens aproveitam as portas e paredes dos banheiros públicos, principalmente para incitações panfletárias e slogans, enquanto as mulheres, em sua maioria, preferem usar os grafitos para confissões e divagações especialmente amorosas. A privacidade e o anonimato parecem garantir as pessoas um diálogo livre de censura".
Assim, Barbosa entende os grafitos de latrina como "um ritual de transgressão, como o Carnaval e tantos outros existentes na nossa e noutras culturas. Praticada a orgia, puxa-se a descarga e volta-se a vida normal".
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