Mônica vai agora ao Japão
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de novembro de 1974
Devido a problemas de transporte - pretendia vir de automóvel, na última hora desistiu e tentou conseguir uma passagem aérea, mas então já não havia mais lugar nos vôos para Curitiba - o desenhista Maurício de Souza, não pôde assistir, domingo pela manhã, a chegada de Papai Noel, no desfile entre o Palácio Iguaçu e Praça Tiradentes, em que seus personagens mais conhecidos - Mônica, Cebolinha, Bidu, Zé Bento, Horácio, Cascão, Astronauta etc. - anteciparam a figura do bom velhinho - que pela última vez desfiou pelas ruas da cidade ([a] partir de 1975, o IPPUC, alegando problemas de trânsito, não permitirá mais o tradicional desfile patrocinado por Prosdócimo Magazim).
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Em compensação, um dos principais executivos da Maurício de Souza Produções Artísticas, Gerson Mulinari, diretor de marketing, gastou dez filmes super 8 mm , documentando por 30 minutos todos os detalhes do desfile, não somente para o arquivo da empresa mas também para mostrar em outras cidades e mesmo no Exterior, onde as criações de Maurício começaram a ser [aceitas]. Dia 1, Maurício embarca para Tóquio, onde assinará um inédito contrato: antes mesmo das estórias-em-quadrinhos com seus personagens serem editadas no Japão, há indústrias interessadas em lançar produtos (brinquedos, roupas, brindes etc.) com Mônica e sua turma - concorrendo com o norte-americano Charlie Brown (Peanuts) de Charles Schultz - hoje o [herói] ou anti-herói) das HQs, mais explorado comercialmente em todo o mundo.
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Com duas revistas infantis da maior tiragem na Editora Abril - "Mônica" e "Cebolinha", que totalizam 500 mil exemplares mensais, e uma terceira a aparecer em março, "Bidu" - que sairá já com 300 mil exemplares, distribuindo seus tiras, com 160 jornais brasileiros e com contratos de [merchandising] assinados com diversas indústrias americanas - nos Estados Unidos já é editado um [álbum] para colorir com os personagens. Um jornal da colônia japonesa, editado em São Paulo, publica as tiras de Mônica, e a aceitação que as historietas vêm obtendo junto aos nipônicos, foi um dos fatores que contribuiu para que em breve as crianças da Terra do Sol Nascente passem a ter bonecas(os), roupas e outros produtos, com os brasileiríssimos personagens do paulista Maurício de Souza, um dos (raros) desenhistas de HQ que, no Brasil, deu certo.
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