A morte de Armando
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de março de 1988
Com a morte de Armando Heyz, no último sábado, 5, apaga-se mais um pouco da já frágil memória do rádio paranaense. Armando não foi locutor nem produtor radiofônico, mas era uma das poucas pessoas que poderia revelar fatos importantes sobre a personalidade, o carisma e a forma com que Abel Scussiato, também já falecido, fazia para conquistar uma tremenda audiência nos anos 60 - proporcionalmente tão forte como as que tem hoje o deputado Algacy Tulio na Radio Club e Luiz Carlos Martins na Colombo. Só que Abel Scussiato, com sua cordialidade peninsular, apreciador de bom vinho e presença alegre em festas suburbanas de fim-de-semana, jamais pretendeu fazer carreira política.
Ainda adolescente, Armando, curitibano do dia 12 de fevereiro de 1944, começou a trabalhar com Abel Scussiato na rádio Colombo, acompanhando-o na jornada da madrugada - que começava às 5 horas da manhã. Até a morte de Abel Scussiato, Armando foi o seu técnico de som, secretário e sobretudo, amigo.
Depois vieram outras atividades. Armando comprou um táxi, ampliou seus negócios mas nunca deixou o lado radiofônico - freqüentemente (...) as emissoras como eficiente divulgador fonográfico. Há anos vinha cuidando para que os lançamentos da multinacional WEA tivessem boa execução nas emissoras, desenvolvendo um trabalho dos mais corretos. Visitava as rádios, procurava os disc-jockeys, forçava a divulgação - numa preocupação que nem a grave doença que o acometeu nos últimos anos, impedia de realizar. Assim como seu irmão, Adalberto - que divulga a Continental - Armando sempre fez amigos entre os profissionais dos veículos de comunicação.
Sua morte, no vigor de seus recém completados 44 anos, leva mais um amigo e deixa mais vazio esta cidade - em que os bons morrem cedo.
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