As mulheres, o teatro & a música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de setembro de 1974
Betty Erthal, 25 anos, formada pela [Escola] de Arte Dramática da Guanabara, participação em 3 elogiados espetáculos - "A Capital Federal" de Arthur Azevedo, "Dorotea" de Nelson Rodrigues e "A Torre em Concurso" de Joaquim Manuel de Macedo, tem agora sua prova de fogo em termos teatrais: foi escolhida para substituir a superstar Marília Pêra na remontagem de "Apareceu a Margarida" de Roberto Athayde e na opinião de quem viu a montagem anterior, está muitos pontos acima da interpretação daquela famosa atriz. Agora o público curitibano poderá conferir, com a temporada que o [Grêmio] Dramático Brasili aqui fará (Teatro do Paiol, 26 a 30 de setembro). O diretor das duas montagens, o jovem e elogiado Adherbal Junior chegará amanhã na cidade.
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Enquanto no Brasil a cantora Carmem Miranda (1909-1955) permanece praticamente desconhecida das novas gerações - o INC tentou adquirir os seus files feitos nos EUA, quando Ricardo Cravo Albim estava em sua [presidência], mas até hoje eles não chegaram, são poucos os discos existentes em catálogo etc. - na América do Norte, 19 anos após sua morte, a "Pequena Notável" inspira novos livros. Como "The Great Carmem Miranda Look-Alike Contest and Other Boid Faced Lies", ou seja "O Grande Festival de Sósias de Carmem Miranda e Outras Corajosas Impostoras", escrito pela própria autora das façanhas a agente de imprensa Abby Hirsch (St. Martin Press; $ 7,93). O jornalista Karik de Souza, o primeiro brasileiro a conseguir este livro, conta que miss Hirsch foi contratada para criar um happening promocional em torno no relançamento do musical "The Gang's All Here", de 1943 - um dos filmes estrelados por Carmem - e então tentou concretizar uma série de "homenagens" [à] cantora brasileira e como todas fracassaram promoveu um festival de Sósias de Carmem, "que acabou numa polpuda festa de nostálgicos, ferozes e desvairados travestis".
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Rita Lee, a elétrica cantora que no ano passado fez um dos mais iluminados espetáculos no Paiol, deve voltar [à] cidade em breve, como sempre trazendo em sua banda várias instrumentistas - embora ainda não tenha podido realizar o seu maior projeto um grupo formado exclusivamente de mulheres. O último disco de Rita Lee ("Atrás do Porto Tem Uma Cidade", Philips, julho/74) está sendo considerado em alguns círculos pop como o melhor do ano. Uma questão de opinião.
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