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As mulheres, Portugal e Dutra

Maria Cecília Oliveira Teixeira Zokner, professora de Literatura Hispano-Americana da Universidade Federal do Paraná, doutora em Literatura Comparada, com curso na Universidade de Bordeaux, França, em 1966, e autora da tese "A Influência da França em Fialho de Almeida" (1857-1911), deixou o cargo de adida cultural do Consulado de Portugal no Paraná. Para aquele posto o honorário vice-cônsul gerente, Joaquim Ferreira Gomes, convidou a estudante Idete Josefina Mussolin, caloura do curso noturno de Psicologia na Faculdade Tuiuti. xxx Diretora-executiva do Centro de Estudos Portugueses da Universidade Federal do Paraná, que vem dinamizando nos últimos anos e ampliando as atividades para outros setores, Maria Cecília foi também a criadora do Grupo Gil Vicente, que a partir de 1970 já montou cinco importantes autos do clássico dramaturgo lusitano. Interpretadas por jovens universitárias, as peças de Gil Vicente revelaram uma sensível atriz a criativa diretora, Marilu Silveira, formada em Jornalismo e cujo talento está à espera de um aproveitamento profissional. xxx Pórcia dos Guimarães Alves, psicóloga e professora do Departamento de Educação da UFP, vai fazer uma importante doação ao Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Paraná: todas as cartas que recebeu do ex-presidente Eurico Gaspar Dutra (1883-1974), entre os anos de 1955-58, quando manteve um íntima amizade com o marechal que foi o ministro da Guerra durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1883-1954), a quem sucedeu na presidência da República (1946-1951). xxx Pórcia tem muitas lembranças interessantes de sua amizade com Dutra e uma delas era do aspecto madrugador do ex-presidente. Sempre que ia ao Rio de Janeiro, ele lhe telefonava, convidando-a para sair. E a sugestão para apanhá-la no hotel e iniciar o passeio era a mais prussiana possível: - Então eu passo aí às seis horas da manhã, está bem? Pórcia, sem o mesmo hábito de acordar às 5 horas, conseguia após muita conversação, convencê-lo a atrasar o convite ao menos para às 8 horas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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18/06/1974

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