MÚSICA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de fevereiro de 1973
No mundo da música pop são tantos os lançamentos que a novidade morre em pouco tempo e assim só algo de muito importante para merecer uma atenção especial. É o caso do grupo inglês chamado Roxy Music, que a Phonogram apresenta agora no Brasil, através do selo Island. Saudado por críticos normalmente avessos ao pop (como Júlio Hungria, do "Jornal do Brasil") como uma agradável surpresa, o Roxy Music é na verdade um dos melhores conjuntos da última safra inglesa. Senão vejamos: um especialista que fazia experiências com tapes quando ainda estudava no colégio, um esplendido compositor e um extraordinário grupo de músicos são os ingredientes do Roxy. Eno, 24 nos, chamado "o feiticeiro da música eletrônica na Inglaterra", o compositor, Bryan Ferry, 27 anos e o conjunto formado por Eno, Bryan, mais Manzanera (guitarrista-foto) Andy Mackay (sax e oboé), (foto), Kenton (baixo) e Paul Thompson (baterista), Como disse Hungria, o trabalho do Roxy Music é especialmente rico e instigante: desde o primeiro lado e desde a primeira faixa não é só a eficiência do conjunto que impressiona - pode-se acreditar mesmo que esse LP seja um disco muito marcante para a história da música pop ou da música dos anos 70, seja pela carga de informação nova que traz ou até porque, como raramente ou nunca se ouviu, antes, o Roxy Music parece ter a percepção exata do ponto ideal de diluição ou equilíbrio entre o uso das influências dos anos 60/50 e o desenvolvimento destas influências em direção ao futuro.
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