Em todas as rotações... Em todas as direções...
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de novembro de 1975
1 - JOHNNY MATHIS, 39 anos, 20 de carreira, numa idade em que os vocalistas atingem o seu ponto alto, atravessa uma fase de instabilidade artística. A tal ponto que pela quarta vez voltou ao Brasil, cantando em estádios e clubes de varzea - o que afinal, mostra que o criador de músicas como "Tender Is The Night" e "Wid is The Wind", está preocupado exclusivamente em faturar - Na semana passada só não veio a Curitiba por problemas de local para apresentar-se, Continua, entretanto, dono de uma das vozes mais belas do show business americano, como demonstra em seu novo elepê, "When Will I See You Again" (CBS, 137890, agosto/75, só agora distribuído em Curitiba). Infelizmente, o que falta a Johnny Mathis é um produtor, pois seus discos, há anos, são simples recibos de sucessos de outros cantores. O que faz com que diminua cada vez mais o interesse pelo seu trabalho - restrito apenas aos consumidores tradicionais. Neste novo (novo ?) lp, Mathis canta bonitas músicas: "Mandy", "Nice To Be Around", "Let Me Be The One I Wont't Last a Day/Whitout You", "The Way We Were", "Luather In the Rain", etc.
2 - Formado por Netinho (Luiz Franco Thomaz) na bateria e percussão, Aroldo (José Aroldo Bimba) na guitarra, violão e vocal, Pisca (Carlos Roberto Piazzoli) na guitarra, órgão, baixo e violão; Carlos Geraldo (Carlos da Silva) no baixo e vocal; Marinho (Mario Testoni Jr.) no órgão piano e Marinho II (Mario Franco Thomaz) na bateria, percussão e vocal, o grupo pop "Casa das Máquinas", tem a sorte de estrear num elepê da Sigla/Som Livre ("Lar das Maravilhas"), que amparado na sólida promoção que esta etiqueta dá aos seus contratados, já conseguiu alcançar dimensão nacional. O grupo apresenta exclusivamente músicas próprias neste disco, o que já é um mérito nesta época de tantos supérfluos plágios e cópias. As músicas são de Netinho, Aroldo, Carlos Geraldo, Pisca e Catalau e chamam-se "Vou Morar no Ar", "Lar das Maravilhas", "Liberdade Espacial", "Australização", "Cilindro Cônico", "Vale Verde", "Raios de Lua", "Epidemia de Rock", "O Sol" e "Reflexo Ativo".
3 - Com um repertório romântico, constituído de hits internacionais em suaves arranjos, uma nova dupla de vocalistas é lançada pela RCA Victor: Jane & Herondy (Victor, 103.01557, outubro/75). Com bons arranjos dos maestros Chico de Moraes, Hareton Salvanini, Miguel Cidras - onde, evidentemente, as cordas ocupam lugar de destaque, os jovens cantores apresentam as versões de "One Day In Your Life" (Um Dia Hás de Voltar"), "Les Gondoles A Venise" (Quando o Amor se Realiza), "Laughter in th Rain" (Chuva de Primavera), "My Eys Adored You" (Meus Olhos de Adoram) e "Buonasera Dottore" (Boa Noite Doutor), entre outras músicas de fácil agrado e comunicação.
4 - Um novo elepê da agradável Gadys Knight and The Pips: "A Little Knight Music" (Top Tape S-6-744, outubro/75). Como sempre, uma produção cuidada, com boas músicas, capazes de em poucas semanas alcançarem boas posições nas paradas: "In The Midee of the Road", "No One Could Love Your More", "Sugar Sugar", ao lado de um hit já consagrado, "Come Together" (Lennon/McCartney).
5 - Cada vez com maior regularidade, "A História e a Glória do Rock", agora incorporado ao "Jornal da Música", chega em seu número 11 Nas bancas, Cr$ 6,00). A matéria principal é sobre o grupo The Wo, mas na parte dedicada a MPB, a publicação de Tarik de Sousa focaliza Milton Nascimento em longa entrevista a Julio Hungria, um artigo de José Márcio Penido sobre o inventivo maestro Rogério Duprat ("Um craque no banco de reservas"), além de reportagens sobre O Terço. Os Novos Baianos e o técnico de som Peninha, nome respeitado no meio fonográfico brasileiro.
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