MÚSICA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de fevereiro de 1973
Para alguns jovens críticos que curtem a musica pop, como Martins Vaz, do "Diário da Tarde", "Joe Cocker e a turma da pesada", um documentário sobre a tournée do cantor inglês por 40 cidades dos Estados Unidos, em 1970, mereceu ser incluído entre os 10 melhores filmes do ano. Tendo atingido os mais altos pontos no Ibope da "pop music" e, paradoxalmente, caído na cotação nos últimos meses - inclusive com graves problemas pessoais, Cocker, 28 anos, reaparece agora no Brasil, com um novo álbum pela Odeon/A&M Records, e onde aparece com uma formação instrumental bastante diversa de seus álbuns anteriores: Rick Alphonso no pistão, Fred Scerbo, Milton Sloane e Jim Horn no sax, somente para falar no setor de metais. Quando Joe Cocker canta, não parece ser um inglês de menos de 30 anos, geralmente alegre e bem disposto: sua voz soa como a de um sulista de 50 anos, preto, no melhor estilo jazzistico "old Mississipi". De origens humildes - nasceu na comunidade inglesa nortista de Sheffield - Cocker teve em Ray Charles um dos músicos que mais o influenciaram, a partir dos anos 60. Em 1963, já com uma pequena banda, Joe conseguiu fazer o primeiro disco, com uma música dos Beatles - "I'll cry instead" e um clássico de Ray Charles - "Georgia on my mind". Mas foi mesmo, quatro anos depois, com "With a little help from my friends", que Cocker conquistaria o público - uma imensa faixa jovem que em 1970, por ocasião de sua viagem aos Estados Unidos o consagraria popularmente. E, também, que o esqueceria em breve, pois a indústria musical é um monstro sequioso de novas atrações. Neste seu novo lp, entre as melhores faixas, "Pardon Me Ser", "High Time We Want" e "Something to Say".
Enviar novo comentário