CINEMA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de fevereiro de 1973
Diretor de um policial rotineiro que no Brasil foi astutamente intitulado de "O Chefão" - o que obrigou a Paramount Pictures a adjetivar o verdadeiro "The Godfather" de "O Poderoso Chefão" - o francês Yves Boisset demonstra todas as suas limitações neste raquítico insonso e cansativo "O Cobra" (cine Glória, hoje último dia de exibição). A visão do envolvimento de marginais e corrupção política numa grande cidade da França (Marselha) em si só não tinha maiores elementos de interesse, embora o roteirista tenha procurado base da historia num famoso romance da "série negra". As limitações do screenplay, o academicismo do Boisset e mesmo a falta de domínio dos personagens - ocorrendo isto com atores veteranos como Sterling Hayden (fot) e Raymond Pellegrin - comprometeram todo o filme, já insuportável a partir da segunda bobina. Aparentemente uma vingança, com um ex-combatente no Sudeste Asiático que, tendo seus dois irmãos assassinados por um poderoso político marselhês, decide voltar a sua cidade, aumentando o seu ódio quando também sua filha menor é vítima dos assassinos. As seqüências que poderiam ter características de violência crítica, tornam-se broncos e vazias. Após um filme como "O Poderoso Chefão", nenhum espectador aceita mais o cinema policial falho, enfim o filme mal administrado.
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