Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de março de 1974
Duas (excelentes) surpresas neste início de temporada fonográfica: Marcu Vinícius, em seu lp "Dedalus"(que estaremos analisando, em detalhes na edição de amanhã) e Sérgio Valério, cantor, compositor, instrumentistas. Nome desconhecido até o momento, fruto do Festival Universitário da TV Tupi em 71, Sérgio Válerio fez seu primeiro lp na Copacabana em fins do ano passado ( CLP 11,729), de forma que só agora o micro esta sendo distribuído e promovido juntos as rádios pelo esforçado Amaury Constantino. Sérgio Valério traz uma série de salutares influências, legitimamente brasileira, que vão desde Noel Rosa (1910-1937) até Juca Chaves (foto) passando por diferentes estilos, temas desde urbanos e críticos ( "Escritório do 6º Andar") até nostálgicos ("Os sinos da Matriz"). Se Chico Buarque de Hollanda, em sua primeira gravação - um compacto simples, som "Sonho de Carnaval", passou relativamente despercebido, só sendo descoberto pelo grande público após "A Banda"(1967), isto não deve acontecer com Sérgio Valério. Embora não nos atrevamos a dizer que Valério seja um novo Chico pode-se lhe dar um crédito em aberto, pela mostra de talento e versatilidade - nos vários estilos que tenta -neste seu otimista lp de estreia, valorizado com bons arranjos do maestro Leo Peracchi, que também acredita em seu trabalho, como afiança no musical texto de contracapa.
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