Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de outubro de 1985
JIMMIE (James Oscar) SMITH (Noristow, Pensilvania, 8/12/1925) é hoje, ao aproximar-se dos 60 anos, o maior nome do órgão no jazz.
Desde 1956, quando fez o seu primeiro lp solo, Smith firmou-se como um organista de toque único, acumulando as mais importantes premiações (Playboy Jazz Pool; Down Beat etc.) e ficaram famosas suas gravações para a Verve e contribuições a trilhas sonoras marcantes - como a de "Pelos Bairros do Vício" (Walk In The Wild Side), em 1962, dirigido por Edward Dmytryck e que trouxe Jane Fonda em início de carreira.
Infelizmente, até hoje nenhum dos empresários de grandes espetáculos lembrou-se de trazer Jimmie Smith ao Brasil, de forma que só em discos é possível conferir a sua genialidade. Assim mesmo, as gravações mais recentes continuam inéditas, restando o consolo de ouvi-lo num de seus melhores momentos - "The Cat", gravando entre 27 a 29 de abril de 1964, no estúdio de Van Gelder, em New Jersey, em produção de Creed Taylor para a Verve Records. Originalmente editado no Brasil pela Copacabana, em princípios de 1965, só agora, 20 anos depois, temos este disco significativo tanto para os que apreciam jazz como aos que curtem temas cinematográficos. Isto porque, nesta gravação com arranjos e regência de Lalo Schifrin e do qual participaram 21 excelentes instrumentistas (entre os quais os trombonistas Thad Jones, Jimmy Cleveland e Urbie Green; Kenny Burrell na guitarra; Grandy Tade na bateria e o próprio Schifrin), há três temas cinematográficos: dois do filme "Jaula Amorosa" (Les Fellines, 63, de René Clement) e "The Carpetbaggers", do filme "Os Insaciáveis" (63, de Dmytryck). Mas Jimmy, "The Cat" - como é carinhosamente chamado - neste disco em tão boa hora reeditado pela Polygram, traz também clássicos como "Basin Street Blues", "St. Louís Blues" e "Chicago Serenade", o romântico "Blues In The Night" (Mercer/Arlen), além de um curioso "Delon's Blues".
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