Música na justiça
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de novembro de 1974
Uma das mais originais ações que já tramitou pela 8ª Vara Cível de Curitiba caminha para uma decisão, para alegria do sr. Irajá Hoffman de Lara, representante comercial e ex-produtor fonográfico. Isto porque o letígio prende a uma quebra de compromisso . Iraja, veterano colunista fonográfico, ex-representante da Philips e Continental do Paraná, que após ter lançado o conjunto Auarius Band, para o qual produziu seu primeiro lp, desentendeu-se com seus integrantes por questões financeiros e, há quatro anos, iniciou uma causa na justiça - que agora está chegando [à] etapa final.
Em março de 1970 Irajá Lara, na época ligado [à] gravadora Continental, decidiu relançar um grupo musical, então chamado Banda Jovem Os Carcarás, em novo esquema e com uma gravação para distribuição nacional. Rebatizando o grupo de "Aquárius", "Hair", fazia sucesso em todo o mundo) e produzindo o primeiro lp do conjunto, Irajá teria também direito a uma percentagem de 20% sobre os rendimentos que o cnjunto viesse a ter no futuro, em apresentações em clubes, concertos etc. Mas as coisas não sairam como esperava e ainda em 1970, ajuizou na 8ª Vara Cível da Capital uma ação ordinária de indenização, acumulada com cobrança judicial. O juiz da 8ª Vara, em sentença proferida em três laudas, condenou os réus ao pagamento, mas como estes interpuseram, recurso, que [arrazoado] e contra-[arrazoado], subiu ao Tribunal da Justiça, qando então, a 1ª Câmara Cível, apoiando parecer do relator, desembargador Ossian França, negou proimento ao agravo no auto do processo e à apelação, confirmando a sentença anterior. A demorada tramitação do processo levou cinco dos nove integrantes do Aquárius Band, a procurarem acordo com Irajá, que agora, juridicamente, deverá ter o complemento de sua indenização.
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