No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de junho de 1989
O Boticário tem sabido buscar tudo que lhe permita bom marketing. Por exemplo, neste fim de semana, promove um curso sobre plantas medicinais - o uso de ervas na alimentação, cosmética e medicina caseira. Quem orienta é a pesquisadora e herbarista Marly Karan, apresentadora do programa "Dia a Dia", (TV Bandeirantes, São Paulo). O curso começou ontem e prossegue hoje (Inter Palace Centro de Eventos), com a participação de médicos, agrônomos, farmacêuticos e demais pessoas interessadas no cultivo e aplicação de ervas medicinais.
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Neste sábado, um programa imperdível para quem se liga na melhor música instrumental: o grupo Cama de Gato - pela primeira vez em Curitiba - mostra seu repertório, a maioria de temas próprios, no SESC da Esquina. Com dois elepês, selo Som da Gente, já lançados internacionalmente, este grupo está entre os mais criativos da música contemporânea. Na quinta-feira, Mauro Senise (sopros), Rique Pantoja (teclados), Pascoal Meireles (bateria) e Arthur Maia (baixo) estiveram no Green Green, autografando seus discos.
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A professora Elisa Gonçalves Martins, secretária adjunta do Ministério da Cultura, foi uma das participantes da reunião preparatória do Foro de Integração Cinematográfica Latino-Americana. Professora da Universidade Federal do Paraná, responsável pela legalização do curso de artes cênicas do Guaíra, Elisa foi vítima, no infeliz governo José Richa, de perseguições pessoais por parte do secretário da Cultura na época. Mas não há bem que sempre dure e mal que não se acabe. Hoje, Elisa é uma das mais influentes assessoras do Ministério da Cultura.
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A etapa maior do movimento pelo fortalecimento das cinematografias de países de língua espanhola e portuguesa, acontecerá na Venezuela, em outubro, quando da realização do Foro de Integração Cinematográfica Íbero-Americana.
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Números revelados por Roberto Farias: até hoje foram produzidos em todo o mundo aproximadamente 50 mil filmes. Deste total, 30% são filmes irrecuperáveis e 30% filmes antigos, já comercializados exaustivamente pela televisão. Resta 40% para serem ainda aproveitados em outros meios de comunicação que não o cinema tradicional (TV, TV a cabo, vídeo, etc.).
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Mesmo não tendo obtido nenhuma premiação em Gramado, o média "Mulheres, uma Outra História", de Eunice Gutman, mereceu aplausos na sessão em que foi apresentado. Voltado a um cinema feminista desde 1976, quando realizou "E o Mundo Era Muito Maior que a Minha Casa", Eunice retornou há pouco dos Estados Unidos e Canadá. A convite da Unicef, foi a única cineasta brasileira convidada a participar de um fórum em que foram apresentados filmes sobre problemas de ensino em países do terceiro mundo. Eunice levou "A Rocinha Tem Histórias", 1985, média-metragem que mostra a realidade das escolas comunitárias da favela da Rocinha.
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O Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher, tão atuante em Curitiba, deveria promover uma exibição especial de "Mulheres, uma Outra História", 38 minutos, no qual Eunice aborda aspectos da participação feminina no cenário político brasileiro - na Assembléia Constituinte, no movimento de mulheres e em outras áreas do poder público - além de relembrar, através de depoimento da sufragista Carmen Portinho, a conquista do voto feminino. Outra participante de destaque é a da deputada Benedita da Silva (PT), filmada em Brasília e em seu cotidiano no Rio.
LEGENDA FOTO - A cineasta Eunice Gutman e a deputada Benedita da Silva nas filmagens do documentário "Mulheres, uma Outra História".
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