No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de agosto de 1990
Na Uffizi Galeria de Arte (Rua Parnaíba, 411), a marchand Zélia Bueno de Bittencourt selecionou dez novos talentos para uma coletiva. Participa da mostra Ana Maria Comodo - uma das raras artistas paranaenses a se dedicar a arte da colagem, com trabalhos dos mais inventivos e que vem merecendo elogios.
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A Prefeitura de Lages decidiu também abrir espaços culturais: abriu seu Centro de Artes, com uma individual de Joel Figueira.
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A curitibana Marilza Petroni, radicada em São Paulo, continua engordando seu curriculum como artista plástica: dia 16, no Espaço Cultural Casper Líbero, inaugurou uma individual que ganhou catálogo com elogios do crítico Ivo Zanini. Em sua nova fase, Marilza mostra trabalhos na linha de geometrismo.
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Humberto Espíndola, 47 anos, hoje um dos mais famosos artistas brasileiros, mato-grossense de afetuosa presença por Curitiba em seus verdes anos, não teve uma promoção prévia, a altura da importância da individual que realiza no Museu Guido Viaro. Apesar dos muitos amigos que tem por aqui e do fato de ser hoje Secretário da Cultura de Mato Grosso do Sul, somente no dia da exposição - 14, terça-feira, começaram a sair as notícias relativas a esta importante mostra.
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Como sabe que o melhor mesmo é cuidar das promoções diretamente - apesar de generosamente oferece-las a Fucucu (que assim faz sua média em seus "relatórios de atividades"), a simpática Vera Lúcia, do Goethe Institut, cuida para que a mostra "Wols Photographien" (Casa Romário Martins, 3 a 26 de agosto), com 52 trabalhos de Otto W. Schulze, ganhe o espaço merecido na imprensa. Falecido em 1951, Otto Wolfgang Schulze foi um destacado artista plástico que, paralelamente, como Wois, deixou também maravilhosos trabalhos na área de fotografia - que agora o incansável Goethe traz a Curitiba. Sozinha, praticamente, Vera Lúcia vale por uma dezena de assessores e mostra o que uma instituição bem dirigida pode fazer.
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Javier Perez Quintanilla, 45 anos, espanhol de Barcelona, realizou dupla exposição de seus belos óleos: em Curitiba e em Florianópolis. No domingo, ciceroneado por Maria Amélia, uma animadora cultural espontânea e que com sua atenção supre falhas da área oficial, Quintanilla almoçava no "Humel-Humel", viajando em seguida para Florianópolis.
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Pena que na multiplicidade de exposições que acontecem simultaneamente na cidade - que mais prejudicam do que beneficiam os artistas, especialmente os vindos de fora, sem esquemas próprios para badalarem suas vernissages, mostras de talentos como Quintanilla passem praticamente desapercebidos. Há 15 anos fazendo exposições em vários países, o artista espanhol colocou seus belos óleos a preços realmente convidativos - entre Cr$ 16 a Cr$ 30 mil.
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Enquanto isto, mediocridades locais chegam a fazer tabelas em que cotam seus riscos e borrões até à Cr$ 200 mil.
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