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Aramis

A nova Cláudia

Pessoalmente bem diferente da imagem de cafonice que algumas músicas e parte da imprensa lhe deram, a cantora Cláudia Barroso mostrou, no último fim-de-semana, em Curitiba, que tem condições de revelar outra face como vocalista - a de boa intérprete de nosso melhor cancioneiro. Em shows de clubes (Curitibano, Operário do Ahú) e no restaurante Mouraria, Cláudia chegou a entusiasmar com um popurri dos melhores sambas de Lupiscínio Rodrigues e Ataulpho Alves. No final, descontraída, lamentava "não poder gravar isso que eu gosto de cantar". xxx Com o charme dos quarenta anos, metade dos quais de anônima vida musical, como "crooner" de boates, Cláudia acha que está chegando o momento de tentar uma nova jogada: melhorar o nível de seus elepes, renovar o repertório e partir para um espetáculo de teatro, para o que conta com vários trunfos: fácil comunicabilidade, um imenso público fiel junto as classes "b" e "c" e facilidade de cantar diferentes gêneros, já que durante tanto tempo foi eclética "crooner". Mas Cláudia - que atualmente está percorrendo o Interior do Paraná e Santa Catarina, contratada por Ary Beraldine e fazendo mais de 50 apresentações - sabe de que, para isso, há necessidade de um cuidadoso planejamento, "pois não posso perder e decepcionar o meu público tradicional". xxx Em termos financeiros, Cláudia é hoje uma mulher tranqüila: cada show lhe rende no mínimo Cr$ 5 mil e há dias em que chega a fazer 4 ou 5 apresentações. Na semana passada, a Continental lhe deu um adiantamento de Cr$ 500 mil, para garantir a sua permanência por mais 3 anos em seu elenco, fazendo 2 lps por ano. E o meio milhão de cruzeiros (antigos) que recebeu não foi nenhum favor. Seus discos estão entre os que mais vendem e só em 1974, garantiu o faturamento de mais de Cr$ 1.000.000,00 para aquela gravadora.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
27/11/1975

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