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Aramis

Novos grupos nos caminhos do pop

New Kids on the Block é daqueles casos que compensam o que uma gravadora investe na produção de dezenas de elepês - e que mesmo com 90% sem retorno, valem pelo que faturam. Saindo agora o quarto elepê do "New Kids on the Block" ("Step By Step", CBS), números provam o astral comercial do grupo: já vendeu 15 milhões de cópias, foi matéria principal em jornais e revistas dos EUA e Europa (e, a partir de agora, também no Brasil, vide "Veja" há três semanas) e só em 1989 o grupo fez 250 shows. O grupo surgiu em 1985, com o encontro dos irmãos Jonathan e Jordan Knight, mais Joe McIntyre, Donnie Wahlberg e Danny Woody. Os primeiros singles estouraram e o sucesso foi tão grande que ganharam até o "Dia do New Kids on the Block" pelo então governador Dukakis de Massachussests (que concorreria a presidente dos EUA). Nos EUA, o grupo, em menos de 5 anos, fez fortuna, mas no Brasil só agora a CBS está mais esperançosa: no texto de Betina Dowsley, distribuído como release do disco, reconhece que "apesar do único lançamento do grupo não ter alcançado o nível house ou vogue como os demais sucessos das casas noturnas atualmente, numa promoção que se pretendia testar o reconhecimento do público em relação ao grupo, os DJ's se surpreenderam com o grande número de pessoas que sabia que quem estava cantando era o New Kids on the Block. Agora, se o disco emplacar, toda uma linha de marketing - roupas, brinquedos e até um livro - virá atrás. xxx Duas coletâneas de grupos conhecidos lançados pela EMI-Odeon: "The Best of UB 40" e "The Very Best of Talk Talk". Na primeira temos a cronologia dos melhores singles deste grupo de reggae britânico e internacional - como "Food For Throught", "King", "My Way of Thinking" extraídos dos lps "Singing Off" e "Present Arms", inéditos no Brasil. Já a coletânea do Talk Talk - formado pelos ingleses Mark Hollis (vocal, teclados), Lee Harris (bateria) e Paul Webb (baixo) mostra um pouco deste grupo melodioso que apareceu nos anos 80. O disco agrupa uma seleção de seus quatro lps - "The Party's Over", "It's My Life", "The Colour of Spring" e "Spirit of Eden". Propaganda é o nome de um grupo pop alemão formado por Ralf Dorper, Michael Mertens, Susanne Freytag e Claudia Bruecker em 1983, e que chegou a fazer uma versão pop com "estilo wagneriano", buscando o título de um clássico personagem criado pelo cineasta (também alemão) Fritz Lang: "Dr. Mabuse". Estacionados por algum tempo - quando seus integrantes se dispersaram, Susanne voltou a sua profissão (ourivesaria), Claudia iniciou carreira solo - o grupo retornou com dois novos integrantes - Derek Forek Rorbes e Brian MacGhee, ex-Simple Minds e uma nova vocalista, a americana Betsy Miller, que residia desde os 12 anos na Alemanha. Com esta formação do Propaganda, agora contratado da Virgin Records (anteriormente, seu desastroso contrato com a 2TT os levou a paralisação) reaparece num lp lançado no Brasil pela EMI-Odeon. xxx "Flesh and Bood" é o titulo de novo lp do grupo Poison, gravado em Vancouver, no Canadá. Nos EUA, onde o Poison já vendeu 5 milhões de cópias do seu primeiro lp ("Open Up and Say Ah") o grupo inicia agora uma turnê americana, que se estenderá também a Europa. xxx "Dreamland" (Construte Records/RCA/Ariola) é o lp de estréia do BlackBox que inclui os 2 singles com o qual o grupo apareceu há pouco mais de um ano - "Ride on Time" e "I Don't Know Anybody Else". O duo é italiano: o produtor Daniele Duvoli (D. J. Lelewell), que com vários sucessos - discotheques, de vida efêmera mas bons resultados comerciais, foi quem bolou a transformação de Mirk Limoni e Valerio Simplici no Blackbox. São 8 faixas (6 inéditas) neste primeiro lp do grupo, todas de autoria do trio Devoli/Limoni/Simplici. xxx "The Caution Horses" (BMG/Ariola) é o terceiro lp da banda fokk/rock/canadense Cowboy Junkies e o segundo a chegar ao Brasil. Formado pela cantora Marge Timmima, seu irmão Michael na guitarra; Alan Anton, no baixo e Peter Timmins, bateria, o grupo tem participação efetiva - como do interessante acordeon de Jaro Crzwinec. O estilo blues marcava o primeiro lp, produção independente, do Cowboy Junkies: "Whites off Earth Now". Já "Trinity Session", gravado pela RCA canadense, usando como estúdio uma igreja, lançado em 1987, trazia músicas com tons melancólicos e intimistas. Agora, num disco profissionalmente mais evoluído, as canções falam sobre os vários aspectos do amor e emoções em 8 músicas inéditas de Michael Timmins e mais dois covers: "Powderfinger" (Neil Young) e "You Will be Loved Again" (da cantora canadense Mary Margareth O'Hara). xxx Outra estréia: o grupo californiano Kool Rock Jay chega com o lp "Tales From the Dope Side", (RCA/Ariola). O líder do grupo, Kool Rock Jay (Leo Dupree Ramsay Jr.) canta desde os 10 anos, admite como influências os grupos Dublic Enemy e KRS-One e reuniu em seu conjunto DC Slice, Jonathan Mathews e Chuck Nice. Suas músicas procuram fugir de temas hard, "Preferindo exaltar a honestidade" como ele próprio diz. Um de seus temas, "Just Chillin" chegou a emplacar em bailes black da grande São Paulo no ano passado. xxx Já que há tanta gente nova na praça, registra-se mais um grupo: o Quireboys ("A Hit of What Faney", Parlophone/EMI-Odeon). O grupo é formado por Spike (vocais), Guy Bailey (guitarra), Guy Griffin (segunda guitarra), Chris Johnstone (keyboards), Nigel Mogg (baixo) e Ian Wallace (bateria). Músicas próprias, um ritmo bastante forte e a esperança de obter um espaço neste competitivo mercado.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
02/09/1990

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