O bom ano de Zé Maria
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de fevereiro de 1977
Embora os ensaios de "O Exercício" já tenham entrado em fase final de ensaios, o ator-produtor José Maria Santos ainda não decidiu quando e onde fará a estreia desta peça do norte-americano Lewis John Carlino. Vai, inclusive, fazer uma escolha de forma original: sortear o nome de uma das cinco cidades onde tem público seguro (Londrina, Ponta Grossa, Lajes, Blumenau ou Florianópolis) para ali começar o roteiro deste seu novo espetáculo, onde atua a admirável Lala Schneider, já aposentada por Cláudio Corrêa e Castro (que a dirigiu em muitas peças, nos bons tempos do TCP) como uma das cinco melhores atrizes brasileiras. A direção é de Eddy Antonio Franciosi, jornalista, dramaturgo e, a partir do ano passado disputado diretor de teatro.
Premiado no Festival de Cinema de Gramado como o melhor ator coadjuvante, José Maria Santos, 45 anos, 25 de vida teatral, casado, 5 filhos, e, há muito, o mais profissional dos homens do teatro paranaense. Desde 1970 abandonou outras atividades e vem sobrevivendo apenas com o seu trabalho no palco. Com duas peças do gaúcho Sérgio Jockyman "Lá" e "Marido, Matriz & Filial", a partir de 1973, tem percorrido centenas de cidades, sempre lotando auditórios. No ano passado, com "Doce Primavera" fez temporada o TNC, no Rio de Janeiro.
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1977 afigura-se como um ano positivo para José Maria: afora a temporada de "O Exercício", já tem projetos de duas outras encenações "Um Edifício Chamado 200" de Paulo Pontes (1940-1976) e, seu grande sonho, "Quem Tem Medo de Virgínia Wolf?") de Edward Albee, encenada há 13 anos passados, por Cacilda Becker (1921-1969) e Walmor Chagas, dirigidos por Maurice Vaneau. E os reflexos de sua merecida premiação em Gramados já começam a aparecer: o cineasta Alberto Pieralisco o convidou para um dos melhores papéis da versão cinematográfica do romance "A Beira do Corpo", do poeta e crítico de artes plásticas gaúcho Walmir Ayala.
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Enquanto José Maria Santos ainda não marcou a estréia de "O Exercício", a comédia de Maurício Távora, " Arapuca", já está com data marcada no auditório Salvador de Ferrante: 11 de fevereiro, para temporada de 25 dias. A chilena-gaúcha Lota Moncada estréia como diretora, interpretando ainda um pequeno papel. Mas o grande desafio vai para os atores que sustentam o interessante texto - o veterano Joel de Oliveira e o jovem José Plínio Montezuma.
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Afinal voltam ao palco espetáculos para as crianças: no auditório Salvador de Ferrante, hoje, às 10 e 15 horas, a equipe da Cabenfale apresenta "Au Au Come Come", de Otto Zigerman, com Aristeu Berger, Daniel Sobrinho, Luiz Fernando Flores, Terezinha Santos, Tereza Saraiva e Lorival Jensen. Sonoplastia de Luiz Carlos Assad e figurinos de Eulga Prado Berger.
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No Paiol, às 10 horas, está prevista uma apresentação de "O Rei Solimões e a Rainha de Jabá", do curitibano José Argemiro, premiada no Concurso de Textos Infantis da Fundação Teatro Guaíra, em 1975 - Fãs de tango, animai-vos: de 2 a 6 de março, no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, temporada de "Tangos Para o Brasil", reunindo nomes famosos da noite de Buenos Aires.
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E para os fãs de jazz, dia 23 de março, única apresentação de Art Blakey's Jazz Messargers.
LEGENDA FOTO 1 - José Maria
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