O lider Cordeiro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de julho de 1977
O elogio que o vereador Airton Cordeiro ganhou do editor político da "Voz do Paraná", na edição referente [à] semana de 26 de fevereiro a 2 de junho, está lhe custando algumas dores de cabeça e colaborou para dividir ainda mais a bancada arenista. Com o título de "Apatia da Arena Dificulta o trabalho do Líder na Câmara", o jornal católico - pertencente a um grupo de cidadãos, entre os quais o engenheiro Euro Brandão, secretário geral do Ministério da Educação e Cultura e futuro reitor da Universidade Federal do Paraná - é generosa nos confetes e lantejoulas jogados em Cordeiro mas ácida em relação aos seus colegas de bancada: "Decorridos quase seis meses deste primeiro período legislativo, a bancada da Arena ainda não deu o ar de sua graça. Aliás, só se sabe de sua existência graças [à] permanente presença de Airton da tribuna, quer defendendo os projetos de interesse do executivo municipal, quer abordando problemas que afetam a toda a coletividade.
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O comentário, evidentemente, irritou os vereadores da Arena, os quais, segundo o jornal católico "só se manifestaram sobre os problemas bairristas, no mais estrito sentido da palavra. As atas das sessões realizadas neste primeiro semestre demonstram que a maioria dos pronunciamentos os projetos apresentados pelos vereadores da Arena foi dirigida aos seus respectivos currais eleitorais". Em compensação, o líder do Prefeito ganhou a apreciação simpática: "o debate dos grandes assuntos, a defesa dos projetos oriundos da Prefeitura foram, sempre, exercidos por Airton Cordeiro".
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Durante a semana não foram poucos os vereadores da Arena que se mostraram irritados com as críticas sofridas - para projeção de Airton Cordeiro, em sua primeira legislatura e que não podendo ganhar a presidência da Câmara foi designado líder do alcaide no Legislativo Municipal. Ambicioso, não escondendo seus planos de subir para a Assembléia Legislativa - ou mesmo Câmara Federal - em 1978, Cordeiro já começa a desgastar entre seus colegas. O que não é conveniente nem para ele - e muito menos para a já enfraquecida bancada arenista, dia-a-dia colocada em xeque pela combativa e independente representação do MDB, preocupada em cobrar uma administração mais eficiente em Curitiba.
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