Enéas, Richa & Arena
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de fevereiro de 1978
Muita especulação nas trincheiras emedebistas em torno da futura campanha do Senado. A favor de Enéas Faria, cuja candidatura vem crescendo com uma bola de neve, com apoio das mais diferentes áreas, se credita à sua juventude, entusiasmo e já comprovada simpatia - que lhe permitiu, nas últimas eleições legislativas, atingir quase 90 mil votos. Só que para chegar ao Senado, Enéas necessitará de mil vezes mais votos a serem conquistados em todo o Estado.
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José Richa, ex-deputado federal, ex-prefeito de Londrina escolado já com uma disputa ao Senado, enfrenta muitas áreas de atrito dentro do próprio MDB, mesmo na região Norte, onde sempre teve sua base eleitoral. Em compensação, segundo observadores políticos, é visto com muita simpatia em áreas oficiais, que o teriam inclusive como uma opção numa crise maior. Em sua última visita a Curitiba, José Richa teve discretas - e demoradas reuniões com articuladores arenistas, inclusive no gabinete de José Carlos Campos Hidalgo, um dos diretores do Banestado e considerado a mais jovem raposa política da ala arenista. Uma reunião que, de parte a parte, mereceu muitas especulações e interpretações. Oficialmente, a desculpa foi : Richa e Hidalgo São amigos desde os anos 60, quando ambos faziam política universitária e, acima dos partidos, está o relacionamento pessoal. Mas há quem acredite que as conversas tiveram pouco de nostalgia e muito de futuro político.
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Um dos grandes eleitores do MDB, em termos de apoiamento ao Senado, é o ex-prefeito de Guarapuava, Nivaldo Kruger, que abandonou seus sonhos de chegar ao Senado em troca de uma segura cadeira na Câmara Federal. De olho no colégio eleitoral de Curitiba, Kruger quer fazer dobradinha com o vereador Lauro de Carvalho Chaves, presidente do Icaro F.C. e que há anos sempre fica na suplência do legislativo municipal, ganhando, depois, uma vaga para completar o mandato. Agora Lauro quer tentar uma cadeira na Assembléia Legislativa.
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